Especialista alerta para os limites na busca do corpo perfeito
Após o caso da modelo Andressa Urach, internada em estado grave após aplicação de hidrogel, dermatologista explica os riscos dos procedimentos estéticos exagerados
O caso da modelo Andressa Urach, que sofre as graves consequências da aplicação de 500 mililitros de hidrogel nas coxas para dar mais volume na região, tem levantado discussão sobre os limites e riscos dos tratamentos estéticos.
A apresentadora da Rede TV! segue internada na UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre (RS). O último boletim médico, divulgado às 16h desta quarta (3), informa que ela apresentou ligeira melhora e passou a respirar sem a ajuda de aparelhos.
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A busca pelo corpo perfeito leva muitas mulheres às clínicas especializadas em busca da remoção de gordura localizada, flacidez, celulite e rugas. Estes procedimentos, no entanto, estão se tornando cada vez mais invasivos. Por isso, especialistas recomendam bom senso.
“Por influência das celebridades da TV, as pessoas estão banalizando a procura por esses tratamentos, exibindo corpos moldados por meio de cirurgias ou aplicações hormonais realizadas em momento inadequado”, explica a dermatologista Camila Ciarleglio. “Muitas vezes, essas sessões são realizadas ilegalmente por supostos médicos, que oferecem resultados milagrosos a baixo preço utilizando produtos de péssima qualidade”, completa.
Assim, casos de complicações decorrentes de procedimentos à base de laser, aplicações de ácido hialurônico, toxina botulínica (botox) e preenchedores de volume (como o hidrogel ou a bioplastia), ganharam repercussão na mídia nos últimos tempos. Mas, antes de escolher qualquer recurso é preciso conhecer os riscos que eles oferecem.
“Se há descontentamento com o corpo, o certo é passar por uma avaliação clínica minunciosa com um médico: dermatologistas para intervenções na face e cirurgiões plásticos em procedimentos no corpo”, alerta Camila.
+ Andressa Urach segue em estado grave
No caso do laser no rosto, seu uso incorreto pode provocar feridas na pele, nas córneas e até cegueira. Qualquer procedimento deste porte precisa ser realizado com óculos protetores.
Uma simples drenagem linfática deve ser suspensa se a paciente apresentar infecção leve. “Ela ativa os linfos, que podem carregar bactérias, vírus ou fungos por todo o corpo, agravando o quadro infeccioso, o que exige repouso para que seja eliminado do organismo”, finaliza Camila.
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Não existe tratamento do tipo sem risco. Todo corpo estranho injetado no organismo pode ser rejeitado a curto, médio ou longo prazo. Dores locais, infecções, necroses de pele e embolia de vasos sanguíneos são sintomas mais recorrentes. Em casos graves, esses problemas desencadeiam casos de sepse, infecção grave, parada cardiorrespiratória, embolia pulmonar e até levar o paciente à morte.
“Quem tem doenças autoimunes, por exemplo, como vitiligo ou psoríase, precisa estar com os exames em dia”, alerta a dermatologista. “Se estiverem ativas, não é recomendado nenhum tipo de procedimento, pois o organismo está deprimido.”