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Nova rotina em shopping terá medição de temperatura

Em salão de cabeleireiro, nada de fazer escova e manicure ao mesmo tempo

Por Alessandra Balles, Arnaldo Lorençato, Fernanda Campos Almeida, Gabrielli Menezes, Guilherme Queiroz, Helena Galante, Juliene Moretti, Miguel Barbieri Jr., Pedro Carvalho, Saulo Yassuda, Sérgio Quintella, Tatiane de Assis, Tatiane Rosset.
Atualizado em 5 jun 2020, 12h35 - Publicado em 29 Maio 2020, 06h00

A cidade de São Paulo começa sua lenta caminhada de volta à normalidade. As novas regras da quarentena no estado anunciadas na quarta-feira (27) preveem a reabertura parcial de alguns comércios e serviços do município a partir da segunda (1º), como shoppings centers, escritórios e lojas de rua. É, ainda, um ensaio. Eles devem operar em horários reduzidos e manter uma lotação máxima de 20%. A evolução para uma fase mais liberada (ou o retorno à restrição total) vai depender da taxa de contágio pelo coronavírus e da ocupação das UTIs. De qualquer maneira, uma série de empresas e autoridades públicas da capital já têm planos bem definidos para essa retomada. Destrinchar essas medidas, assim como pesquisar outras metrópoles do mundo onde o retorno está em marcha, é fundamental para entender como será a vida (e a economia) de São Paulo nos meses a seguir. Um periscópio para observar o futuro próximo.

Os projetos mostram, por exemplo, que shoppings e estádios de futebol tencionam transformar seu estacionamento em cinema drive-in. Revelam também que uma das principais empresas financeiras do país, agora adaptada ao home office, faz projetos para se mudar da cidade. E que há churrascaria que não vai mais servir as carnes em “espeto corrido” ao lado das mesas. Além de uma infinidade de outras adaptações que vão de parques a casamentos. “Será um recomeço difícil. A capital e seus negócios terão de se ajustar a um fluxo menor de pessoas”, afirma Cesar Caselani, da FGV. “Em São Paulo, a retomada será mais lenta do que em lugares que não sofreram tanto com a Covid-19, até pelo impacto psicológico da pandemia”, diz. Os detalhes da rotina em lazer você confere à seguir.

Menos clientes e mais robôs

Câmera chinesa que detecta febre: em uso no Catuaí Shopping, em Londrina (Reprodução/Veja SP)

Até agora, 107 shoppings voltaram a funcionar em 55 cidades do país que flexibilizaram a quarentena. Neles, já é possível encontrar tecnologias que vão mudar a cara dos centros de compra paulistanos. Um exemplo são as 104 câmeras de medição de temperatura que o grupo brMalls acaba de comprar de fabricantes chineses. Os equipamentos serão instalados no Villa Lobos, Jardim Sul, Mooca Plaza e Metrô Santa Cruz. “Ao ‘filmar’ um cliente que passa no corredor, elas detectam se ele está com febre”, diz Renato Gaspar, diretor de operações dabrMalls. Os estabelecimentos terão outras novas tecnologias, como termômetros a laser nas portas de entrada, filtros biológicos no ar-condicionado e até um “rastreador” de aglomerações. “Vamos localizar o sinal de wi-fi dos celulares dos clientes. Quando uma aglomeração for identificada, os seguranças vão dispersá-la”, explica Gaspar. Nos sete shoppings da empresa já reabertos no país, os clientes têm reaparecido aos poucos. “Temos registrado uma média de 50% de ocupação, com picos de 60%”, ele diz. Do lado econômico, é um dado preocupante, mas o executivo aposta na resiliência do formato. “Após mais de dois meses fechados, nós praticamente não tivemos distratos em São Paulo. Nossos shoppings vão começar a reabrir (de acordo com as novas normas) e não terão vitrines com tapumes.”

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“Nossos shoppings vão reabrir sem tapumes nas vitrines.”, diz Renato Gaspar, da brMalls (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Bate bola sem Covid-19

Até o futebol entre amigos vai mudar. Com quatro unidades na capital, a Playball, empresa de aluguel de quadras gramadas, já planejou sua reabertura. Os carros terão pneus desinfetados com água sanitária. A presença de torcidas será vetada. Haverá vinte minutos de pausa entre cada jogo. Os times serão orientados a reduzir o número de jogadores (normalmente são sete). Na entrada das quadras, “lava-pés” vão esterilizar as chuteiras. A empresa não decidiu se os frequentadores precisarão usar máscara em campo.

Fila para os drinques

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O que muda nas festas e casamentos? O setor tem algumas certezas. A comida não poderá mais ficar em travessas onde os próprios convidados se servem. “O vírus se espalha nesses espaços. Os pratos virão montados da cozinha”, diz Ricardo Dias, da Abrafesta. Outra novidade será o dress code das máscaras. “Vão aparecer modelos descolados”, ele diz.A associação prevê tapete sanitizante (ou túneis de ozônio)nas portas, chapelarias com sacolas lacradas e marcações de distanciamento no balcão. Se a fila da bebida já era grande…

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Deu praia

Em Portugal, uma espécie de semáforo vai medir o público da praia em tempo real, por meio de sensores que registram o número de pessoas que passam. O dispositivo deverá ser consultado pelo cidadão antes mesmo de sair de casa, para evitar o sinal vermelho, que indica lotação. Quando isso acontece, as autoridades são avisadas e um luminoso registra a proibição de entrada. O governo também divulgou outras regras para o convívio no verão europeu, que começa em junho. Na areia e na água, será preciso respeitar a distância mínima de 1 metro e meio entre grupos e de pelo menos 3 metros entre guarda-sóis e barracas. Futebol, vôlei e até frescobol não estão autorizados.

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Em Portugal, semáforo para controlar público (Reprodução/Veja SP)

Parques

Diferentemente dos parques daqui, os de Nova York não fecharam suas áreas verdes. No Central Park, as caminhadas e corridas estão liberadas, mas os esportes nas quadras e as brincadeiras infantis nos playgrounds estão vetados. “As pessoas fazem piquenique, sentam-se no gramado, mas sem aglomeração”, afirma a guia turística brasileira Patricia Toussie. Na Turquia, foram desenhados círculos no chão para demarcar o espaço que cada grupo pode ocupar.

O designer japonês Eisuke Tachikawa e sua empresa Nosigner criaram pôsteres bem-humorados para ilustrar o distanciamento social: um Beatles de afastamento (Eisuke Tachikawa/Divulgação)

Parques temáticos

Após mais de 100 dias fechado, o Shanghai Disneyland reabriu as portas ao público no dia 11. O parque temático adotou medidas para receber os fãs com segurança. O destino turístico opera com 30% de sua capacidade, e hóspedes só são admitidos após passar por triagem com medição de temperatura e se comprometera usar máscara por toda a visita. Paradas, shows noturnos e até encontros com personagens estão suspensos, para evitar aglomerações. Filas com distanciamento social foram organizadas, assim como pontos de higienização em lojas, atrações e restaurantes. Nos Estados Unidos, o Universal Orlando Resort promete ser um dos primeiros a reabrir. Fechado desde 16 de março, receberá visitantes a partir de 5 de junho nos parques Universal Studios Florida, Universal’s Islands of Adventure e no parque aquático Universal’s Volcano Bay. Muitas das medidas já introduzidas pelo Shanghai Disneyland serão replicadas, como medição de temperatura, obrigatoriedade de máscara e vagas de estacionamento espaçadas. Também na Flórida, o Walt Disney World Resort não tem data definida para a reabertura, mas já liberou o funcionamento de algumas lojas no centro de compras Disney Springs.

Demarcação em fila em atração de Shangai: onde é proibido pisar (Hu Chengwei/Getty Images)

Beleza

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Nos salões de Celso Kamura, os clientes só serão atendidos com hora marcada e apenas por um profissional por vez (nada de manicure enquanto faz escova). O MG Hair preparou agenda em domicílio. “Criamos um protocolo para quem for atender em casa, agendado pelo próprio salão”, explica Marco Antonio de Biaggi. No endereço, o álcool em gel estará disponível em todas as bancadas e nas áreas comuns. O Laces and Hair investiu cerca de 40 000 reais e implementa o distanciamento de lavatórios e cadeiras de atendimento, como fizeram outros estabelecimentos, e há desinfecção semanal com grau hospitalar por empresa especializada.

Proteção: máscara e
protetor facial (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 3 de junho de 2020, edição nº 2689.

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