Lauryn Hill, idolatrada por fãs da black music, volta à cidade
Cheia de pose, cantora tenta se redimir da trabalheira que deu ao público em 2007
Ela faz questão de ser tratada de maneira formal e exige o ‘Ms.’ antes de seu nome. Também costuma deixar os fãs à beira de um ataque de nervos com atrasos e se dá ao luxo de viver à sombra do primeiro álbum-solo — lançado há doze anos. Estrelismos à parte, a cantora e compositora americana Lauryn Hill, de 35 anos, lota seus shows, sobretudo de um público bem-nascido, que gosta de uma levada hip-hop. Sua única visita à cidade foi em 2007, e a diva da black music, claro, aprontou das suas: à moda Tim Maia, deu uma canseira de duas horas na plateia, que a vaiou e deixou o Tom Brasil antes do fim da apresentação. Quem segurou firme até o encerramento, porém, não se arrependeu.
De voz marcante e estilo singular, Lauryn Hill despontou no conjunto de rap The Fugees e fez a diferença por ser uma mulher num gênero predominantemente masculino nos anos 90. Quando decidiu seguir sozinha, a carreira deslanchou — e ela mesma optou por se retirar da mídia, com raras aparições no palco e apenas mais dois discos: o ‘MTV Unplugged Nº 2.0’ (2002) e a coletânea ‘Ms. Hill’ (2008). Na terça (7), a cantora ganha uma nova chance, agora no Credicard Hall. Sem repertório divulgado (coisa de estrela) e acompanhada por dez músicos, deve interpretar sucessos de seu antigo grupo, como ‘Ready or Not’, além de ‘Doo Wop’ (That Thing), hit do célebre ‘The Miseducation of Lauryn Hill’, álbum que vendeu milhões de cópias e levou cinco prêmios Grammy em 1999. Abertura da banda paulistana RED.