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Laudo aponta deterioração avançada da Galeria Metrópole

Realizado no ano passado a pedido da administração do edifício, o estudo concluiu que 60% da estrutura está com as bases metálicas enferrujadas

Por Mariana Zylberkan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 fev 2017, 12h19

Um laudo obtido por VEJA SÃO PAULO aponta que a tradicional Galeria Metrópole, na Avenida São Luís, no centro, está com a estrutura comprometida e corre o risco de colidir caso intervenções urgentes não sejam realizadas.

Produzido entre março e junho do ano passado a pedido da administração do edifício histórico, o estudo concluiu que pelo menos 60% das lajes está com as bases metálicas enferrujadas por causa de infiltrações que não foram tratadas. O engenheiro responsável avaliou que o risco de a edificação entrar em colapso, caso as recomendações de reparo não sejam atendidas, é de nível 5, em uma escala de 1 a 10.

Galeria Metróple: rachaduras no piso de mármore
Galeria Metróple: rachaduras no piso de mármore (Reprodução)

A Secretaria de Urbanismo e Licenciamento afirmou que o imóvel teve o Auto de Verificação de Segurança (AVS), documento que atesta as condições de segurança do edifício, cassado em agosto do ano passado, nove meses depois de uma vistoria ter apontado “algumas irregularidades”.

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Segundo a secretaria, foi dado prazo para a regularização, mas como as falhas não foram sanadas, um novo pedido de emissão do AVS está em análise. Nova vistoria deve ser realizada nos próximos dias, de acordo com a pasta. A Galeria Metrópole também está com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) vencido. Segundo a corporação, “o imóvel possui um projeto aprovado em trâmite de regularização”.

A estimativa é que a obra de recuperação custe entre 8 e 10 milhões de reais e demore cerca de quatro anos para ser concluída. Procurada, a administração do condomínio não quis se manifestar.

Além de ferrugem nos vergalhões que sustentam o prédio, o laudo apontou falhas no sistema de impermeabilização, corrosão nos gradis metálicos das fachadas, como corrimões e peitoris, trincas no piso de mármore e intervenções equivocadas nas lajes e vigas, como buracos feitos para a passagem de tubulação.

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A situação precária do edifício chegou a ser discutida em assembleia de condomínio realizada em junho do ano passado, quando foi aprovada uma obra emergencial para instalar estruturas na fachada para conter os pedaços de gesso e pastilhas que se desprendem com frequência e correm risco de atingir as pessoas na calçada. Partes do forro das lajes chegaram a se desprender durante as inspeções para a realização do laudo.

Interior de conjunto: infiltração avançada
Interior de conjunto: infiltração avançada (Reprodução)

Os profissionais responsáveis pelo laudo também concluíram que os danos foram causados, basicamente, por falta de manutenção. “Não houve gestão de manutenção preventiva, o que causou uma série de anomalias sem indícios de que se tenham realizadas quaisquer formas de intervenção visando a sua recuperação, mas somente medidas paliativas para adiar sua correção”, segundo trecho do documento.  

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Edifício tombado e icônico da década de 60, a Galeria Metrópole se transformou nos últimos anos em reduto hipster com a abertura de estabelecimentos com estilo “moderninho”, como o Bar Mandíbula, a barbearia descolada Caballeros Barbería, a floricultura Selvva e lojas de roupas alternativas. A casa noturna Grand Metrópole, dos mesmos donos da The Week, também chegou a se instalar no endereço, mas fechou em dezembro de 2014 após cerca de dois anos da inauguração justamente por falta do AVCB, documento emitido pelo Corpo de Bombeiros que atesta a segurança do local. Os sócios venceram em primeira instância uma ação judicial movida contra o condomínio para reaver os cerca de 8 milhões de reais investido na empreitada. A administração entrou com recurso que ainda não foi julgado.

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