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Mostra de Lasar Segall reúne 75 desenhos no Centro da Cultura Judaica

Feitas entre 1940 e 1943, as obras pertencem ao caderno "Visões de Guerra"

Por Adriano Conter
Atualizado em 5 dez 2016, 17h08 - Publicado em 2 jun 2012, 00h50

Após visitar São Paulo em 1913 — quando realizou sua primeira individual no país — o lituano naturalizado brasileiro Lasar Segall (1891-1957) retornou à Alemanha, onde já havia estudado artes. Lá, sob o impacto da I Guerra Mundial, começou a retratar o sofrimento e as injustiças sociais, temas que, ao longo do tempo, persistiram em sua produção. No fim dos anos 30, depois de fixar residência por aqui, sua habilidade em desenvolver cenas dramáticas atingiu o ápice em telas de grandes proporções, a exemplo de “Navio de Emigrantes” e “Campo de Concentração”. Feitos entre 1940 e 1943, os 75 desenhos aquarelados do caderno “Visões de Guerra”, cada um com 20 centímetros de comprimento e 15 de altura, em média, revelam a mesma agonia em traços evidentemente mais rápidos do que aqueles usados em seus trabalhos a óleo. Os tons de marrom e ocre reforçam o estilo.

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A série, exibida no Centro da Cultura Judaica, mostra-se uma das mais coerentes do pintor. Ele herdou do expressionismo o hábito de criar pastas e livros. Planejado por Segall — há inclusive uma capa —, o conjunto se distingue do álbum “Mangue”, uma coletânea de peças de várias épocas, atualmente em exibição em “Poéticas do Mangue”, no Museu Lasar Segall.

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Sem nenhuma referência bélica, os pequenos desenhos reduzem a brutalidade do conflito ao seu elemento mais comovente: a dor, retratada em pilhas de corpos, caveiras, torturas, feições desoladas e silhuetas esquálidas. Completam a montagem pinturas e esboços nos quais a sensibilidade do artista também pode ser notada, como no belíssimo óleo “Pogrom”, sobre a matança dos judeus. Com formas simplificadas e objetivas, as cenas misturam as memórias do artista, a iconografia corrente nos jornais da época e as cartas de parentes e amigos enviadas da Europa.

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