Justiça determina multa de 1 milhão por dia para novas greves do Metrô
Decisão é liminar; sindicato, que pede aumento salarial para a categoria, tem nova assembleia marcada para a próxima semana
O juiz Fábio de Souza Pimenta concedeu uma liminar após o Metrô mover uma ação contra o Sindicato dos Metroviários. Uma multa de 1 milhão de reais por dia foi estabelecida caso a entidade volte a decretar greve na capital paulista.
O magistrado afirma, no texto da decisão, que “nenhuma situação de desconformidade salarial é razoável para justificar paralisação que coloque a população em risco [durante a pandemia da Covid-19]”. O texto diz ainda que a paralisação é capaz de “agravar sobremaneira a disseminação do vírus […] entre a população que, sem a opção desses serviços de transporte, tenderá a se aglomerar em pontos de ônibus, dentro de coletivos ou por meio de transportes alternativos”.
Na terça-feira (18) o Sindicato decidiu pela greve na quarta (19), que paralisou as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3 Vermelha e 15-Prata do Metrô. Após assembleia naquele mesmo dia, decidiu pela retomada dos trabalhos nesta quinta (20). O sindicato marcou nova assembleia para a categoria na próxima terça-feira (25).
O Tribunal Regional do Trabalho ofereceu um reajuste de 7,79% de aumento no salário e no vale-alimentação mas a sugestão não foi aceita pelo Metrô. A companhia oferecer adiantar o pagamento da participação nos lucros e abono salarial, proposta que foi rejeitada durante votação.
Em nota para a imprensa, o Sindicato demonstrou surpresa “com a liminar, com a greve suspensa, de um juiz da Fazenda Pública, uma vez que nosso processo está sendo acompanhado, deliberado e mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho. A greve é um direito constitucional”.