Jovem baleado por policiais em protesto acorda do coma

Fabrício Proteus Chaves continua sendo observado na Santa Casa de Misericórdia, mas já não precisa de aparelhos para respirar; uma das balas ainda está alojada em seu corpo

Por Redação VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 15h17 - Publicado em 28 jan 2014, 15h39

Depois de dar entrada na Santa Casa de Misericórida de São Paulo na noite do sábado, o jovem Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, baleado por policiais durante a manifestação contra a realização da Copa, acordou na manhã desta terça (28). De acordo com o boletim oficial do hospital, o rapaz saiu do coma, segue recebendo tratamento intensivo e seu estado de saúde é considerado estável.

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Os médicos ainda não confirmam se os dois tiros disparados por policiais contra Fabrício irão causar sequelas. A equipe médica afirma que uma das balas atingiu a parte de dentro da coxa esquerda e foi preciso remover um dos testículos da vítima por causa dos ferimentos. Segundo informações da polícia, o outro projétil está alojado próximo à clavícula do rapaz e provocou uma hemorragia interna, após duas cirurgias.

A mãe de Fabrício, Evanise Nunes, esteve na Santa Casa na tarde de ontem. Muito abalada, disse apenas que o filho é “trabalhador” e começou a chorar, sendo amparada pelos familiares.

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Poucas horas depois, a Secretaria de Segurança Pública divulgou a imagem do que seria o conteúdo da mochila apreendida com o Fabrício. Na foto, há uma camiseta, um uniforme de trabalho, uma chave de grifo (ferramenta), dois estiletes, um óculos protetor, uma garrafa de vinagre e dois artefatos com pavio que ainda serão analisados, segundo a SSP.

O defensor público Carlos Weis, que presta serviço para a família, diz que na tarde desta terça (26)  dará entrada em um pedido para que a investigação sobre o caso seja ampliada e que os policias envolvidos também sejam analisados. Segundo o advogado, a família não confirma que todos os objetos divulgados nas imagens da SSP sejam realmente de Fabrício. “Foi uma pirotecnia sem sentido”, afirma Weis sobre a divulgação das imagens.

O irmão de Fabrício, Gabriel Chaves, afirmou que o irmão não tentou agredir os policiais e nega que ele faça parta do grupo black bloc. “Tem testemunhas que provam isso”, disse. 

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Entenda o caso

Fabrício foi atingido por dois tiros na Rua Sabará, em Higienópolis, durante a manifestação que terminou em depredação e 146 pessoas detidas no sábado (25). Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o rapaz correndo e sendo seguido por dois policiais.

Em determinado momento, Fabrício para e um dos policiais cai no chão. O jovem cai em cima do policial. Ainda consciente, ele se senta no chão e é cercado por três PMs. Em seguida, se levanta, dá mais alguns passos, e volta a cair. Não é possível precisar em que momento ele é alvejado e se segurava algo em suas mãos. A polícia afirma que, durante a perseguição, o rapaz tentou agredir os oficiais com um estilete e confirma que os policiais atiraram três vezes contra o jovem. Em seguida, os próprios PMs o levaram até o pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília. 

O caso está sendo investigado pelo 4º Distrito Policial (Consolação) e pela Corregedoria da Policia Militar. O delegado encaminhou o material que estava com Fabrício para perícia, que já esteve no local e pediu uma análise balística dos policiais envolvidos.

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