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Jovem baleado durante manifestação é internado novamente

Segundo advogado, Fabrício Proteus Chaves voltou ao hospital por conta de uma infecção hospitalar e seu estado de saúde é grave

Por Marcus Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 15h14 - Publicado em 20 fev 2014, 22h14

Depois de permanecer dezesseis dias hospitalizado, Fabrício Proteus Chaves, baleado por policiais durante a manifestação do dia 25 de janeiro, voltou a ser internado na Santa Casa nesta quinta (20). O jovem contraiu uma infecção hospitalar, segundo seu advogado Carlos Weis, após ter recebido alta no último dia 10, e seu estado de saúde é grave.

Um dos tiros dados pelos policiais militares atingiu a região pélvica de Fabrício, que teve um dos testículos removidos. Durante a recuperação, foi preciso o uso de um dreno, o que acabou provocando a infecção, segundo seu defensor. Carlos Weis diz que o rapaz não tem condições físicas de falar, pois está muito debilitado. 

Outro tiro acertou o ombro de Fabrício, que até o momento está sem o movimento do braço direito, segundo Weis.

A assessoria do hospital confirma a internação. A Santa Casa informa que o estado de saúde de Fabrício é estável e que ele já apresentava um quadro de infecção urinária decorrente dos ferimentos. Na tarde desta sexta (21), Fabrício seguia internado em observação.

De acordo com o advogado, o jovem iria prestar um novo depoimento na delegacia ainda esta semana, mas não pode sair de casa por motivos de saúde. O primeiro depoimento foi dado ainda no hospital, no dia 28 de janeiro. Na ocasião, ele afirmou que recebeu o primeiro tiro antes de apontar um estilete contra os policiais que o perseguiam.

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Demonstração

Nesta sexta (21), o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar convidou a imprensa para uma demonstração do efeito que uma bomba caseira, como as supostamente encontradas com Fabrício e seu amigo Marcos Salomão Rosencrantz , teriam causado se fossem detonadas. “É uma tentativa de fazer um linchamento público dele. Querem condená-lo sem direito de defesa”, alega o advogado.

De acordo com Weis, a defesa não foi convidada a participar da demonstração e ele não teve acesso ao conteúdo que deve ser apresentado pela polícia. Segundo ele, as bombas não entraram no inquérito que investiga a ação dos policiais e jovens no dia da manifestação. “Estão fazendo um teatro com essa história e a verdade virá à tona”, diz.

Entenda o caso

Fabrício foi atingido por dois tiros na Rua Sabará, em Higienópolis, durante a manifestação que terminou em depredação e 146 pessoas detidas no dia 25 de janeiro. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o rapaz correndo e sendo seguido por dois policiais.

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A polícia afirma que, durante a perseguição, o rapaz tentou agredir os oficiais com um estilete e confirma que os policiais atiraram três vezes contra o jovem. Em seguida, os próprios PMs o levaram até o pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília.

O caso está sendo investigado pelo 4º Distrito Policial (Consolação) e pela Corregedoria da Policia Militar. 

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