Itaim Bibi é bairro procurado tanto para trabalhar quanto para morar
Cerca de 70% das pessoas que se mudaram para a região desde 2008 escolheram o local pela proximidade com o emprego
A profusão de homens engravatados e mulheres de tailleur nas filas dos restaurantes no horário do almoço evidencia a vocação empresarial do Itaim: seus 143 edifícios comerciais abrigam sedes de grandes companhias, bancos de investimentos e agências de publicidade. O movimento rumo ao bairro se intensificou após a realização de intervenções urbanas, como o prolongamento da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em 1996. “As obras melhoraram o acesso a outros pontos da cidade, trazendo mais valorização”, explica a gerente de pesquisa da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, Lilian Feng.
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Atualmente, a procura por espaço supera a oferta, apesar dos elevados preços. O aluguel de um conjunto de alto padrão com área útil de 500 metros quadrados custa a partir de 47.500 reais por mês, valor que subiu 102% nos últimos cinco anos, um aumento similar ao do resto da cidade. Em fenômeno mais recente, os funcionários passaram a acompanhar a migração de suas empresas. Segundo pesquisa da Ini Imóveis, imobiliária especializada no bairro, cerca de 70% das pessoas que se mudaram para o Itaim desde 2008 trabalham na própria região. A tendência é percebida por outros profissionais do setor. “É a repetição do que ocorreu nos Jardins quando a Avenida Paulista se tornou o principal centro financeiro de São Paulo”, diz o diretor de atendimento da corretora Lopes, Cyro Naufel.
Os novos moradores geralmente são jovens casados e sem filhos, como o designer gráfico de animação Filipe Birck, de 27 anos. Há um ano ele saiu de Vitória, no Espírito Santo, com a mulher, Isabela Gava, e se mudou para um apartamento na Rua Doutor Renato Paes de Barros após receber uma proposta da agência de publicidade Africa. A proximidade com o trabalho, na Faria Lima, a dois quilômetros de sua residência, foi um dos diferenciais na hora da escolha. “Acordo faltando quarenta minutos para o meu horário de entrada, vou a pé e ainda chego cinco minutos antes”, conta. “Tenho mais tempo para descansar.”
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Outro atrativo é a grande oferta de serviços: existem 313 restaurantes, 263 bares e lanchonetes, 39 farmácias, dezessete padarias e onze supermercados em uma área de 2 quilômetros quadrados, de acordo com a Cognatis Geomarketing. A proporção entre o número desses estabelecimentos e a população é bem maior que a de bairros vizinhos. No caso dos restaurantes, por exemplo, são 125 para cada 10.000 habitantes, índice que é o dobro do verificado nos Jardins. “Aqui você tem tudo o que precisa a qualquer hora do dia”, diz a espanhola Eva Vallespi, que chegou da Europa há oito meses e se instalou com o marido, Jordi Camps, em um apartamento na Rua Tabapuã.
Usufruir das comodidades do Itaim, no entanto, tem custo bem alto: o local está entre os mais caros da cidade. Um levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) indica que o metro quadrado dos lançamentos residenciais do bairro custa em torno de 13.400 reais, cerca de 150% acima da média da capital.
Pessoa jurídica
Os primeiros edifícios comerciais foram inaugurados em 1974
São 143 prédios empresariais
Dez lançamentos estão previstos até 2014
11.500 profissionais que trabalham na região recebem mais de 5.500 reais por mês
O valor médio do metro quadrado de um lançamento é 16. 600 reais
O preço dos imóveis subiu 102% nos últimos cinco anos
A Avenida Juscelino Kubitschek é a via mais valorizada
Pessoa física
Em 1964 surgiram os primeiros prédios residenciais
Foram lançados 155 edifícios desde 1986
Cinco lançamentos estão previstos para este ano
8.500 famílias possuem renda mensal acima de 5.500 reais
13.400 reais é o preço médio do metro quadrado de um lançamento
As unidades valorizaram 97% em cinco anos
A via mais badalada é a Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior