Irene Ravache
Discreta, a atriz fez o Brasil rir como a Clô, de "Passione". Só não se acostumou ainda com as unhas vermelhas da personagem
Dizem que a vida imita a arte. No caso da atriz Irene Ravache, de 66 anos, e sua personagem, a Clô da novela “Passione”, exibida pela Rede Globo, o clichê parece destinado à contradição. Irene é discreta, fala baixo, prefere os tons sóbrios no guarda-roupa e estranha as unhas vermelhas adotadas por causa do trabalho. Bem o oposto da perua paulistana criada pelo autor Silvio de Abreu que caiu na graça dos telespectadores e devolveu à artista uma popularidade não vivida desde a Dona Lola de “Éramos Seis”, em 1994.
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“Uma moça me disse que a mãe dela andava doente, deprimida, dormindo cedo, e, por adorar as cenas da Clô, se deita agora só depois da novela”, conta a atriz. “Esse é o retorno mais gratificante que posso ter.”
Fora das telas, a rotina de Irene anda tumultuada. Como Clô, que realizou o sonho de sair da periferia para uma mansão no Jardim América, Irene enfrenta uma mudança. Há um mês, trocou de apartamento, no mesmo bairro de Higienópolis, e ainda não conseguiu se organizar. “Entrei aqui em uma quinta e, na sexta de manhã, embarquei para o Rio, sem abrir as caixas”, diz.
Se Clô morre de amores pelo marido, Olavo (papel de Francisco Cuoco), Irene não disfarça o brilho nos olhos ao contar que o casamento com o jornalista Edison Paes de Melo dura 39 anos. Carioca, ela adotou São Paulo em 1966 e por aqui construiu a vida. “Lá na Globo, muita gente não sabe que sou do Rio e brinca dizendo ‘Lá vem aquela atriz paulista’”, diverte-se ela. Com o fim de “Passione”, em janeiro, quer curtir sua casa nova. Igualzinho a Clô, aliás.