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Invasão de pernilongos faz até mercado oferecer repelente a clientes

Moradores de Santo Amaro, na Zona Sul, reclamam de invasão de insetos no bairro

Por Marcus Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 13h49 - Publicado em 14 nov 2014, 15h22
Mosquito Santo Amaro
Mosquito Santo Amaro (Sirlei Antunes Morais/)
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Moradores de Santo Amaro (Zona Sul) têm sofrido com a invasão de pernilongos desde que as temperaturas começaram a subir. O incômodo é tanto que até um supermercado passou a oferecer repelentes para evitar que os clientes sejam atacados durante as compras.

Por estar nas proximidades do Rio Pinheiros, o bairro acaba se tornando alvo dos insetos. Só neste ano, a Secretaria Municipal da Saúde recebeu 380 reclamações de moradores da região sobre a infestação de mosquitos, demanda suficiente para gerar medidas de tratamentos específicos no local.

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A bióloga Sirlei Antunes Morais, especialista em insetos, explica que o problema se intensifica quando as temperaturas estão elevadas e quando há falta de chuva. Apesar do temporal que atingiu a capital na quinta-feira (13), os pernilongos usam águas paradas e quentes como criadouros. De acordo com ela, essas condições mantêm a integridade dos ovos do pernilongo.

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O supermercado Sam’s Club do bairro, que está ao lado do Rio Pinheiros, adotou medida emergencial para minimizar os ataques dos mosquitos. Clientes afirmam que a gerência passou a oferecer repelentes e recomendou que as crianças não circulem pelas áreas de maior concentração de insetos, como o setor de fraldas e demais produtos infantis.

O Sam’s afirma que mantém um programa preventivo para extermínio de pragas. Quanto à medida na unidade de Santo Amaro, a loja diz que segue programas emergenciais e que vai notificar a subprefeitura.

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Localizado a poucos metros do supermercado, o São Paulo Golf Club, espaço de quase 60 000 metros quadrados dedicado à prática do esporte, também precisou reforçar as táticas para proteger os frequentadores. A administração comprou um grande lote de aparelhos repelentes para inibir os ataques. Segundo funcionários do clube, os dispositivos têm ficado plugados na tomada 24 horas por dia.

Quem vigia?

Enquanto os moradores sofrem com a infestação, as autoridades públicas fazem um jogo de empurra para transferir a responsabilidade sobre o combate aos pernilongos.

A Secretaria da Saúde informa que um “trabalho de tratamento de controle de mosquitos na área do Rio Pinheiros é realizado periodicamente”. No entanto afirma que, para ter maior eficácia, é preciso que a poda nas margens do rio seja bem-feita. Segundo a pasta, a responsabilidade desse serviço é da Empresa Metropolitana de Água e Esgoto (Emae).

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A Emae, por sua vez, diz que a Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) é responsável pelo monitoramento da situação do rio e que apenas promove ações “voltadas à redução das condições propícias ao abrigo e desenvolvimento dos pernilongos”. A Covisa não atendeu aos pedidos da reportagem.

Enquanto o impasse não é resolvido, a moradora da região, a auxiliar administrativa Renata Dias, 31 anos, mantém a rotina de fechar portas e janelas de sua casa diariamente a partir das 17h devido à grande quantidade de insetos que se hospedam por lá. O cuidado é ainda maior com os dois filhos, um de nove anos e um de seis meses. “Preciso colocar o bebê no berço com mosquiteiro quase o dia todo. Tenho medo que ele seja picado “, afirma.

A bióloga Sirlei Antunes Morais alerta que a melhor prevenção a ser feita nas residências são as barreiras físicas, como telas nas janelas e portas. Além disso, a limpeza dos ambientes com substâncias à base de eucalipto costuma ajudar.

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