Estudar fora? Escolas de SP oferecem currículo de instituição suíça
Com disciplinas em inglês e testes exigentes, colégios atraem alunos interessados em cursarem universidades no exterior, mas também vale ficar no Brasil
Na capital, 21 escolas oferecem um programa que facilita a entrada dos estudantes em universidades privadas brasileiras e do exterior. O International Baccalaureate (IB) é o currículo, elaborado por uma instituição suíça homônima e que pode ser ministrado em línguas como inglês e espanhol, sendo a primeira a mais ofertada na cidade.
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“O objetivo é preparar o aluno para ingressar nas melhores faculdades do Brasil e do mundo”, diz Deivis Pothin, diretor da unidade Verbo Divino da Escola Bilíngue Pueri Domus, uma das escolas associadas ao IB. A principal diferença do ensino médio comum é que, além de cursarem o currículo brasileiro regular, os alunos estudam matérias ministradas em língua estrangeira, desenvolvem projetos de pesquisa, se envolvem, por exemplo, em causas sociais e, no final, prestam exames que são elaborados pela instituição suíça. A pontuação nas provas é aceita para a aplicação em universidades fora do país e em algumas particulares daqui, como Belas Artes, ESPM, FGV e PUC-SP.
O nível de dedicação exigido é alto. “Você tem uma pessoa de 16 anos estudando com o rigor acadêmico universitário”, define o empresário Rafael Paião, pai de duas ex- alunas do Pueri Domus que entraram em universidades americanas, Amanda, de 18 anos, e Isabela, de 20. “O aluno precisa ser organizado, autônomo e independente”, explica a coordenadora do IB para o ensino médio no Colégio São Luís, Andrea Rodrigues. “A rotina varia de pessoa a pessoa, eu não coloquei pressão para conseguir notas específicas. Mas estudar para os exames foi bem puxado”, conta Catarina Portella, 17, aluna do Pueri Domus.
O preparo para a etapa final pode começar bem cedo. O IB está disponível também para o ensino infantil. A economista Priscilla Saldanha tem uma filha, Helena, de 10 anos, na St. Nicholas School, creditada à instituição suíça. “A Helena lê muito e fala bem em inglês”, conta Priscilla. A filha mais velha dela, Beatriz, 17, foi da mesma escola e ingressou em uma universidade na Inglaterra.
“O estudante fica mais preparado para ter ideias acadêmicas e discutir assuntos relevantes socialmente”, defende Denise Lam, chief learning officer da Red House International School, que tem a certificação para crianças e adolescentes.
O investimento, no entanto, é considerável. As escolas citadas contam com mensalidades que começam na faixa dos 7 000 reais. “Você pode dizer que o IB custa caro, mas ele se paga a partir do momento em que se consegue uma bolsa em dólares”, opina Rafael Paião.