Instituto Moreira Salles traz obras de Aleijadinho em fotos
São 81 imagens do argentino Horacio Coppola sobre as esculturas do artista
Morto há um mês, aos 105 anos, o fotógrafo argentino Horacio Coppola tem um lado menos popular de sua produção explorado nas 81 imagens de “Luz, Cedro e Pedra”. A mostra, em cartaz a partir de quarta (18) no Instituto Moreira Salles, reúne uma série registrada em 1945 nas cidades históricas de Minas Gerais. Ali, ele focou um tema específico: as esculturas de Aleijadinho em Sabará, Ouro Preto e Congonhas do Campo, um “grande teatro religioso”, na expressão cunhada pelo curador Luciano Migliaccio.
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Expoente do modernismo fotográfico latino-americano, Coppola sobressaiu pelos flagrantes urbanos de Buenos Aires. Esses trabalhos revelam a atenção aos aspectos geométricos da cidade, reflexo do período passado pelo artista na Alemanha. Entre 1932 e 1933, ele estudou na cultuada escola Bauhaus, onde conheceu a esposa, Grete Stern, posteriormente celebrizada pelas fotomontagens surrealistas. Fugindo da ameaça nazista, o casal veio para a América do Sul em 1935. Dez anos depois, Coppola visitou o Brasil para realizar o conjunto agora exibido.
As figuras esculpidas pelo gênio do barroco, de fato, surgem quase como personagens nos retratos. Impossível não ficar tocado com a serenidade de “São João Evangelista Adormecido” ou por três Cristos, dois deles crucificados e o último com a coroa de espinhos. Não ficaram de fora os imponentes doze apóstolos reunidos no Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo.