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Prédios usam cobertura para plantar e reaproveitar lixo orgânico

"Laje" do Shopping Eldorado foi uma das pioneiras; a horta de 5 000 metros quadrados tem itens como tomate, alface e beterraba

Por Ana Luiza Cardoso
Atualizado em 14 fev 2020, 16h02 - Publicado em 1 jun 2018, 06h00

Em abril, 25 caixotes cheios de terra foram instalados na cobertura do Shopping Metrô Itaquera, na Zona Leste. Uma área antes vazia ganhou vida nova. Ali, surgiram plantações de alface, cenoura e agrião, que futuramente ajudarão a abastecer a casa de funcionários e a comunidade no entorno. Ainda em fase inicial, o projeto da horta — que mais tarde deve receber um sistema de irrigação, o controle de sombreamento e mais espaço — utiliza minhocas para transformar restos de comida da praça de alimentação em adubo.

A ideia vem a calhar em um ponto que produz semanalmente 40 toneladas de lixo orgânico. A implantação dessa área verde traz inspiração de outra proposta bem-sucedida na cidade. Em 2012, a “laje” do Shopping Eldorado, do mesmo grupo do centro de compras em Itaquera, ganhou um telhado verde, hoje com 5 000 metros quadrados, com produção de tomate, alface e beterraba, entre outros.

Ali, foi montada uma usina de compostagem capaz de reciclar diariamente 2 toneladas de resíduos saídos dos restaurantes do complexo. “Entra tudo: carne, ossos… Os restos das costelinhas do Outback, por exemplo, vão para lá”, afirma o superintendente Sérgio Nagai. “A cada mês e meio fazemos a colheita, e os funcionários levam o que quiserem para casa.” Ele também cita a redução de temperatura no local nos dias mais quentes por causa da vegetação. Os clientes podem visitar o espaço às terças e sextas, das 11 às 12 horas.

Luisa, do projeto Pé de Feijão, no topo do prédio da Serasa Experian (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Outros endereços paulistanos aproveitaram seu terraço para o mesmo fim. Há quase dois anos, a Galeria do Rock inaugurou uma plantação de 300 metros quadrados. Em 2017, foi a vez de os hotéis Novotel Jaraguá, no centro, e Mercure, em Pinheiros, ambos do grupo AccorHotels, lançarem hortas suspensas de 30 e 40 metros quadrados, respectivamente. Como adubo, empregam lixo orgânico saído das cozinhas. O que é produzido volta aos restaurantes dos negócios.

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Desde 2013 o Centro Cultural São Paulo (CCSP) cultiva rúcula, tomate, ervas e até banana, além de exibir uma colmeia de abelhas nativas sem ferrão para polinização. Em abril, comemora-se o aniversário dessa horta. A festa deste ano contou com troca de sementes e mudas, atividades para crianças e, inclusive, bolo. Lá, também são reaproveitados restos de alimentos trazidos por cerca de vinte voluntários, que fazem a limpeza do local, trocam receitas e periodicamente servem um “saladão” coletivo.

O terraço do CCSP: paisagem mais verde (Sossô Parma/Veja SP)

No topo do prédio da empresa Serasa Experian, no Planalto Paulista, brilha desde 2015 um ponto de cultivo de 100 metros quadrados com mais de sessenta tipos de alimento, entre eles morango, manjericão e beterraba. O lugar recebe crianças de uma ONG da região para ações educativas. Essa plantação é cuidada pelo Pé de Feijão, um negócio social que implementou outras seis hortas na capital, entre elas as das unidades do Sesc Parque Dom Pedro II e Campo Limpo. “Queremos transformar a relação das pessoas com a comida”, afirma a bióloga Luisa Haddad, sócia-fundadora da iniciativa, criada em 2014.

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