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Prêmio em NY tem protagonismo de Doria e desagravo a Bolsonaro

"É uma noite completamente diferente da que foi planejada...", anunciou o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 15 Maio 2019, 11h46 - Publicado em 15 Maio 2019, 11h25
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  • “É uma noite completamente diferente da que foi planejada… Mas estamos aqui. Casa cheia”, anunciou Alexandre Bettamio, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, ao abrir a festa que aconteceu em Nova York na noite desta terça-feira, 14. O evento premiou Jair Bolsonaro e Mike Pompeo, chefe da diplomacia americana, como personalidades do ano. Contudo, nenhum dos dois esteve presente. 

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    No caso do presidente brasileiro, a ausência aconteceu depois de boicotes e protestos, estimulados pelo prefeito da cidade, Bill de Blasio, que classificou Bolsonaro como perigoso e preconceituoso.

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    O jantar de homenagem aconteceu mesmo assim. Tradicionalmente, o evento é realizado no Museu de História Natural de Nova York, embaixo da ossada de uma baleia. Neste ano, depois de o museu – e mais uma casa de eventos – se recusar a sediar uma homenagem a Bolsonaro, o jantar de gala foi realizado em uma das salas do hotel Marriot, na Times Square.

    Apesar de conseguir abrigar mais de 1 000 pessoas – coisa que não aconteceria no museu, onde haveria um “puxadinho”, com uma sala com telões instalados -, o local é considerado menos glamouroso e a Times Square, a despeito de ser central, reúne os hotéis com preços populares da cidade.

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    Mesmo assim, o grupo de empresários, lobistas e escritórios de advocacia com representação no exterior compareceu à festa. A organização do evento estima que cerca de 1 050 pessoas tenham marcado presença. O local comportava pouco mais de 1 100 convidados e algumas mesas ficaram completamente vazias. Cada convite custou mais de 1 500 dólares e as empresas que compraram mesas para patrocinar o jantar desembolsaram mais de 10 000 dólares – o equivalente a cerca de 40 000 reais.

    Empresários e autoridades que já frequentaram o prêmio em outros anos reclamaram que, desta vez, a reunião ficou completamente restrita a brasileiros – sem americanos. Além disso, como o evento deixou de ser organizado no Museu de História Natural, a cerimônia perdeu charme.

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    Protagonismo de João Doria

    Sem integrantes do Poder Executivo nacional, o evento teve o protagonismo de João Doria, governador de São Paulo. Apesar de presidentes dos outros poderes estarem presentes no evento – Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e Davi Alcolumbre, do Senado -, o selecionado para discursar pelo lado brasileiro foi o paulista.

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    A escolha, dizem os organizadores do evento, foi pelo fato do governador tucano já ter sido agraciado pelo prêmio. Em inglês, Doria criticou o prefeito de Nova York. “Da próxima vez, seja gentil com o presidente de nosso país e com os brasileiros que visitam sua cidade, sejam quem forem (…). Apesar de você, nós amamos Nova York e amamos a América”, disse Doria, que fechou o evento pedindo um brinde pelo Brasil.

    O tucano ainda afirmou que não é alinhado politicamente com o presidente brasileiro, de outro partido, mas que o respeita. Do lado de fora do Marriot, cerca de 75 manifestantes fizeram um protesto contra Bolsonaro.

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    Os desagravos a Bolsonaro não ficaram restritos ao governador. Bettamio aproveitou o momento para dizer que a noite viraria um momento de encontro da “tolerância”. “Como vocês sabem, o presidente Bolsonaro, eleito democraticamente e representando a escolha da maioria do nosso povo, decidiu não comparecer à premiação após manifestações de intolerância que recebeu (…). Esse acabou virando um jantar muito simbólico. Temos hoje mais de 1 000 pessoas presentes, com apoio de noventa empresas, que decidiram vir não somente para mostrar solidariedade ao presidente mas também aos princípios que regem a Câmara, que é a comunhão pacífica dos dois países”, afirmou.

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    De última hora, o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sérgio Amaral, tentava escalar lideranças para dar peso ao evento. Um dos nomes cogitados foi o ex-prefeito de NY, Rudolph Giuliani, mas ele estava em viagem fora da cidade. 

    Com o cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, o Itamaraty, o Planalto e a Câmara de Comércio se apressaram em tentar organizar um evento em outro lugar, ainda em solo americano. Nesta quarta-feira, 15, Bettamio viajará ao Texas, Estado de maioria conservadora, para entregar formalmente o prêmio a Bolsonaro em Dallas. O presidente vai fazer uma agenda improvisada na cidade, onde se reunirá com o ex-presidente americano George W. Bush por quinze minutos e participará de um almoço com empresários.

    Os empresários que acompanhavam o discurso de Bettamio aplaudiam a cada menção ao nome de Bolsonaro. Dois outros nomes receberam ainda mais atenção: uma menção ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e o discurso de Doria.

    Ex-embaixador dos EUA no Brasil, Cliff Sobel disse que as resistências à premiação de Bolsonaromostram uma “rejeição de diferentes pontos de vista”. “Nos tornamos uma sociedade intolerante que rejeita até o direito do outro de expressar seus pontos de vista”, afirmou. 

    Em seu discurso, Sobel disse que o Brasil tem sido um crescente aliado dos EUA. O ex-embaixador viajará a Dallas nesta quarta-feira. Ele foi responsável pela interlocução com Bush para agendar o encontro com Bolsonaro, considerado o ponto alto da visita do presidente brasileiro.

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