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Criada em 2011, “polícia aquática” bate recorde de apreensões na capital

A equipe náutica da Guarda Civil capturou 43 embarcações em 2018 nas águas da Represa de Guarapiranga

Por Adriana Farias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 out 2018, 10h25 - Publicado em 19 out 2018, 06h00

Responsável por fiscalizar atividades de esporte e lazer na Represa de Guarapiranga, na Zona Sul, o Destacamento Náutico da Guarda Civil Metropolitana (GCM) vem registrando recordes nos últimos tempos. O grupo apreendeu 46 embarcações em 2017 devido a irregularidades, um aumento de 155% em relação ao ano anterior. O contingente chega próximo dos 67 veículos aquáticos detidos no mesmo período em diversas praias da Baixada Santista, segundo dados da Capitania dos Portos.

Em 2018, o ritmo de trabalho segue intenso. Somente até junho, o destacamento capturou 43 embarcações. Os motivos incluem condutor não habilitado, falta de documentação de porte obrigatório, ausência de equipamentos de segurança como coletes salva-vidas, tráfego a menos de 200 metros da área de banhistas e até embriaguez. Esses números são resultado direto do volume maior de abordagens, que cresceu 30% entre 2016 e 2017, atingindo cerca de 9 000 ao longo do ano passado.

A Represa de Guarapiranga recebe até 10 000 pessoas em um dia de sol no fim de semana. A maior parte dos autuados por ali é do sexo masculino, mas os agentes ligam o sinal de alerta quando veem uma moto aquática (o popular jet ski) pilotada por uma mulher e com um homem na garupa. “Uma situação muito típica é o dono da embarcação entregar a direção à namorada ou esposa, que geralmente não tem habilitação”, diz o inspetor de divisão Cipriano Santos. De cada dez veículos aquáticos apreendidos, sete são motos.

A agente Sheila Moreira: prisão de caçadores de tatus e pássaros (Marcelo Justo/Veja SP)

O proprietário pode resgatar o veículo após regularizar a situação e pagar uma multa que varia de 40 a 3 200 reais. “Mas muitas embarcações são abandonadas por meses ou até anos, o que leva o item a ser leiloado depois de um tempo”, explica o chefe do Estado-Maior e capitão de mar e guerra da Marinha, Luis Fernando Baptistella.

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A inusitada polícia aquática paulistana surgiu em 2011 com a função de fiscalizar as ocupações irregulares nas margens da represa. Um episódio trágico, no entanto, provocou a mudança no caráter de sua atuação. Em fevereiro de 2012, uma menina de 3 anos morreu ao ser atingida na cabeça por uma moto aquática conduzida por um menor não habilitado na Praia de Guaratuba, em Bertioga. Isso levou a prefeitura de São Paulo a firmar uma parceria naquele mesmo ano com a Marinha do Brasil para dar poder ao Destacamento Náutico de fiscalizar atividades de esporte e lazer e apreender embarcações nas chamadas “praias paulistanas”.

Por questões burocráticas, esse trabalho começou de fato apenas no fim de 2015. “Desde então, não houve nenhum registro de morte ocorrida na Guarapiranga. Foram apenas três casos de pessoas com escoriações após um acidente entre motos aquáticas”, diz o comandante regional Tarcisio Bento Filho. Neste ano, três militares da Marinha passaram a integrar o grupo de 24 agentes da GCM que operam no local.

Além de zelar pelos banhistas e impedir ocupações irregulares, o Destacamento Náutico é responsável por coibir caçadores de tatus e de pássaros paturis, que atuam nas redondezas utilizando espingardas de pressão, redes e tarrafas de pesca. “Os tarrafeiros são os mais difíceis de capturar, pois abandonam o equipamento e saem correndo. Os pescadores ficam embarcados e não conseguem ir muito longe”, afirma Cipriano Santos. Desde 2016, trinta pessoas foram presas nessas situações de crime ambiental.

AÇÕES NA REPRESA

10 000 Quantidade de banhistas em um dia de fim de semana com sol

9 000 Número de fiscalizações de atividades náuticas em 2017

46 Total de embarcações apreendidas por irregularidades no ano passado

155% Alta no número de equipamentos detidos em relação a 2016

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30 Quantidade de caçadores de tatus e pássaros presos desde 2016

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