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Febre amarela: certificado para viagem tem restrição

Anvisa restringiu a emissão do certificado apenas para quem comprovar ter viagem marcada para um país que exige o documento

Por Estadão Conteúdo
17 jan 2018, 08h50
Com avanço da febre amarela, certificado para viagem tem restrição (Catherine Barros/Veja SP)
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China, Cuba e Emirados Árabes estão entre os destinos de quem aguardava na terça-feira (16) por atendimento no Centro de Orientação do Viajante do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital. Por volta das 11 horas, cerca de trinta pessoas estavam no local para emitir o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia de febre amarela. Cartazes na entrada já avisavam: “o CIVP somente será emitido para os viajantes que se destinam a países que exigem (o documento)”.

Por enfrentar um aumento na procura, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) restringiu a emissão do certificado apenas para quem comprovar ter viagem marcada para um país que exige o documento. O atendimento prioritário é para as pessoas que fizeram agendamento online (no caso de Congonhas, há datas disponíveis apenas para o fim de março). “Tentei fazer agendamento, mas não consegui no site. Fui no Hospital de Clínicas, mas a fila estava enorme. No (Instituto de Infectologia) Emílio Ribas só tinha agendamento para março”, conta o bartender Sidnei Oliveira, de 37 anos, que vai para Havana no mês que vem.

Da mesma forma, o consultor de vendas Davi Bonfim, de 46 anos, foi a outros locais antes de Congonhas. “Tentei o Emílio Ribas, tentei Guarulhos, mas não deixaram porque ainda não tinha o bilhete emitido”, afirma ele, que viajará a Dubai. A capital tem oito postos de emissão do (CIVP). Com exceção do localizado em Congonhas, os demais também aplicam a vacina e, por isso, têm apresentado maior procura – grande parte por pessoas que não vão viajar.

No Emílio Ribas, na Zona Oeste, por exemplo, a aplicação ocorre mediante agendamento há quase um ano. Na terça-feira (16), havia datas disponíveis apenas a partir de abril. “Vinha mais pessoas do que a gente poderia atender. Tinha filas pela (Avenida) Doutor Arnaldo e pelo estacionamento”, comenta o diretor, Luiz Carlos Pereira Junior.

Há cerca de uma semana, a servidora pública Ana Beatriz Ielo, de 50 anos, conseguiu agendar a vacina no Emílio Ribas, mas apenas para 26 de fevereiro. “Estou tentando em outros lugares, até em clínicas particulares.” Já o assistente contábil Marcos dos Santos, de 29 anos, deu sorte: se vacinou nesta terça-feira, 16, após ter agendado no dia 8. “Tenho planos de viajar em julho, mas ainda não sei para onde.”

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Também na Zona Oeste, o Hospital de Clínicas optou por distribuir 500 senhas para conter a fila que se acumulava pela manhã. Elas se esgotaram por volta das 10 horas e quem chegava mais tarde era orientado a procurar uma UBS ou retornar na manhã do dia seguinte. “Trata-se de uma medida pontual para organizar a demanda”, explicou por meio de nota.

De acordo com o hospital, os funcionários “em assistência direta” estão sendo vacinados prioritariamente, embora a reportagem tenha encontrado pessoas do setor de enfermaria na fila da imunização. “Quando tem campanha de gripe, somos sempre vacinados uma semana antes”, relatou uma funcionária que não se identificou.

No local, a caixa de loja Lindaura Rocha, de 39 anos, não tinha hora para ir ao trabalho nesta terça. Ele chegou às 9 horas e, às 13 horas, ainda estava sem a vacina. “Vim tomar por precaução. Trabalho perto”, afirma. Já a empregada doméstica Silvia Bernardes, de 48 anos, preferiu ir ao HC porque acredita que a vacina de lá é melhor que a aplicada no seu bairro (Campo Limpo, na Zona Sul) – embora a Secretaria Estadual da Saúde reitere que o produto é o mesmo em todos os locais.

A fila do HC também reunia estrangeiros, como o turista português Pedro Vieira, de 69 anos. Ele está desde domingo na casa da sobrinha Susana Maia, de 60, no Jaraguá, Zona Norte de São Paulo. “Não esperava passar por esse problema. Lá (no Canadá onde mora) não há febre amarela. Poderiam ter avisado antes da viagem.”

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