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Ex-casal briga na Justiça por uma das principais marcas de florais

Magaly Valle acusa o ex-marido de difamar seu nome no mercado e de ter desviado dinheiro e clientes do escritório do Laborciv

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 1 jun 2017, 15h57 - Publicado em 17 set 2016, 00h00
MAGALY DO VALLE Floral
MAGALY DO VALLE Floral (Leo Martins/)
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À base de essência de plantas, os florais surgiram como terapia alternativa com os estudos do médico inglês Edward Bach na década de 30. De acordo com ele e outros defensores desse tipo de terapia, as substâncias teriam o poder de equilibrar o organismo e ajudar no combate a vários males, de depressão a doenças degenerativas como Alzheimer. O negócio se transformou no Brasil a partir do fim da década de 80 em um mercado milionário e, mais recentemente, em fonte de um enorme stress entre dois dos maiores fabricantes da Grande São Paulo.

A batalha envolve questões pessoais. Quando casados, os dois protagonistas dessa guerra prosperaram juntos no ramo. Depois da separação, viraram concorrentes e personagens de uma enorme briga na Justiça. O enredo inclui acusações de desvio de dinheiro e traição.

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De um dos lados da disputa está o paraibano Joel Aleixo, de 58 anos. Ele é o segundo principal fabricante de florais da Grande São Paulo, com pelo menos 10 000 pacientes e expectativa de faturar mais de 3 milhões de reais em 2016. Sua clientela é composta de vários famosos, a exemplo do cantor Seu Jorge e da modelo Isabella Fiorentino. A ex‑mulher de Aleixo, Magaly Valle, está hoje à frente do Laboratório Centro de Integração da Vida (Laborciv), com uma receita anual de 1,1 milhão de reais. A companhia surgiu em 1990, quando eles se casaram. Um ano depois do rompimento, ocorrido em 2007, os dois iniciaram a batalha nos tribunais.

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Um dos pontos cruciais da discussão envolve a posse do rótulo “Joel Aleixo”. Ele foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em 1998 como domínio do Laborciv. No processo em curso, Aleixo tenta reaver os direitos de usar o próprio nome nos florais que produz. No âmbito comercial, esse título pertence hoje à sua ex. Mesmo não utilizando mais essa marca nos remédios, Magaly não quer ceder.

Ela venceu o primeiro round da disputa, em 2013, mas ele está recorrendo. Em paralelo, os advogados dela abriram outra ação, por danos morais e patrimoniais. O valor da indenização é estimado em 4 milhões de reais. Procurados por VEJA SÃO PAULO, Magaly e Aleixo não quiseram comentar o imbróglio.

joel aleixo
joel aleixo ()
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No período final do relacionamento, Magaly se queixava a amigas das “baladas” de Aleixo, que dava festas de arromba na residência deles em Cotia, a 30 quilômetros da capital, sem se importar com a presença das duas filhas pequenas do casal no ambiente. A coisa desandou de vez em meados de 2007, quando ele saiu de casa e logo assumiu um novo relacionamento.

Atual mulher e sócia de Aleixo, Jacqueline Oliveira até então frequentava o Laborciv como aluna de alquimia. Magaly entrou com um processo de divórcio litigioso. Nos papéis em que pede indenização, ela acusa o ex de ter invadido a firma, de difamar seu nome no mercado e de levar do escritório dinheiro, essências, fórmulas e o mailing de fregueses. Nos autos, o empresário nega tudo e afirma que a ex quer acabar com seu patrimônio e com sua carreira.

Os dois se conheceram no fim da décadade 80, em um enredo rocambolesco. Aos 29 anos, Aleixo deixou Recife, onde morava com os pais e atuava como sindicalista metroviário. Mudou-se para a casa dos tios, na Granja Vianna, para se tratar de um problema gástrico. Decidiu então fazer um retiro espiritual de mais de um mês na cocheira do terreno. Nessa fase, entrou de cabeça no misticismo, dizendo-se capaz de estabelecer comunicação com os espíritos.

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joel aleixo - floral
joel aleixo – floral ()

Na sequência, fundou ali perto o Centro de Integração da Vida. Ganhava dinheiro lendo a aura de seus clientes. Em maio de 1989, teve um problema nas costas e conheceu Magaly Valle, uma bela massoterapeuta, na época com 25 anos. Casaram-se oito meses depois. Ela implantou no centro do marido um trabalho com ervas medicinais e, logo, eles criaram o Laborciv. Aleixo não frequentou universidade e Magaly é formada em educação física. Entidades do além lhes ditariam a fórmula dos remédios, que é referendada posteriormente por um químico e um farmacêutico. Esse romance pouco convencional terminou na guerra dos florais.

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RINGUE DOS ALQUIMISTAS

O que está em jogo nos processos em curso nos tribunais

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> A marca “Joel Aleixo”, que pertence hoje à empresa Laborciv. Criada em 1990, é um dos rótulos mais tradicionais do mercado de medicina alternativa do Brasil.

> Aproximadamente 4 milhões de reais de indenização para Magaly Valle. Em uma ação por danos morais e patrimoniais, ela acusa o ex-marido de difamar seu nome no mercado e de ter desviado dinheiro e clientes do escritório do Laborciv.

> A maior fatia do mercado paulistano de florais, que movimenta cerca de 600 000 reais por mês, de acordo com especialistas nessa área.

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