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Estado de São Paulo reduz todos crimes, exceto estupro

Dados foram divulgados nesta quarta-feira (25)

Por Estadão Conteúdo
26 abr 2018, 10h25
Dados do crime: registros de estupro no período passaram de 2 600 em 2017 para 3 200 neste ano, o que equivale a 35 casos por dia no Estado de São Paulo (Foto: Fernando Neves/Futura Press/Folhapress/Veja SP)
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A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) divulgou nesta quarta-feira (25) estatísticas da criminalidade do primeiro trimestre de 2018 no Estado. Todos os registros apresentaram queda, exceto os casos de estupro, que chegaram à sexta alta mensal consecutiva e à 12ª alta nos últimos 15 meses. A pasta atribuiu as reduções nos casos de homicídios, latrocínios, roubos e furtos ao “eficiente” trabalho da polícia. Sobre o aumento nos estupros, disse estar havendo diminuição na subnotificação, levando a uma maior quantidade de registros nas delegacias.

Os dados foram apresentados na sede da SSP, no centro da capital paulista. O secretário Mágino Alves Barbosa Filho leu as estatísticas e exaltou o que chamou de “significativa diminuição” dos crimes. Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, a queda no Estado foi de 12,8% nos homicídios (caindo de 878 casos para 766), 36 5% nos latrocínios (passando de 104 para 66 casos), 17,1% nos roubos (de 81 700 para 67 700) e 2,4% nos furtos (134 100 para 131 000).

Os registros de estupro no período passaram de 2 600 em 2017 para 3 200 neste ano, o que equivale a 35 casos por dia no Estado. “É um crime de difícil combate porque, de 79% a 82% das vezes, ocorre entre pessoas que tem algum tipo de relacionamento seja afetivo, familiar, ou vizinho. E o crime acontece entre quatro paredes, dificultando a sua prevenção”, disse Mágino, que ressaltou a importância de a vítima realizar o registro formal à polícia. “A comunicação do crime permite que o crime seja mapeado e que medidas de proteção sejam tomadas em relação às vítimas.”

Na entrevista coletiva à imprensa, o secretário também comentou o estudo realizado pelo governo do Estado para transferir a Polícia Civil da Secretaria da Segurança para a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. “A proposta, que realmente está em estudo, pode representar um avanço. Não haveria prejuízo mas, sim, um ganho institucional. Hoje, as polícias estão extremamente integradas e isso não seria prejudicado”, disse Mágino.

Questionado sobre o que significa “ganhos institucionais”, o secretário disse que a medida possibilitaria uma “reestruturação” das carreiras policiais, porque há “cargos em demasia”. “Haveria a possibilidade de a Polícia Civil ter uma estrutura mais moderna”, disse. Ele não comentou quando foi questionado se tal reestruturação poderia ser realizada sem a necessidade de mudança de secretaria. Entidades criticam a possibilidade de mudança já que poderia haver prejuízo nas atividades integradas de policiamento.

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Mágino negou que as polícias de São Paulo tenham sofrido interferência do governador Márcio França (PSB). “Jamais houve ingerência”, disse. Recentemente, as polícias do Estado trocaram de comando. Na Polícia Civil, o delegado Youssef Abou Chahin, crítico ao projeto de transferência, deixou o cargo. Ainda não foi escolhido um substituto para o posto. No fim da semana passada, o governo decidiu também trocar o comandante da Polícia Militar. O coronel Nivaldo Restivo deu lugar ao coronel Marcelo Vieira Salles. “Não há prejuízo com as trocas. É uma pessoa da minha confiança que dará continuidade à filosofia de combate implacável à criminalidade.”

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