Prefeitura retira estacionamento de bicicletas de projeto social
Paraciclos do Pedal Social eram utilizados por trabalhadores do Cambuci
Cinco paraciclos que serviam de estacionamento para dez bicicletas do projeto Pedal Social, no Cambuci, na Zona Sul, foram retirados pela Prefeitura nesta quinta-feira (9). As estruturas metálicas haviam sido instaladas há pouco mais de um mês. Elas eram usadas por moradores do local que não têm condições financeiras para utilizar o transporte público.
+ Confira a avaliação da integração entre bicicleta e metrô
Jeff Anderson, diretor executivo do Instituto Brasis, responsável pelo Pedal Social em parceria com o Instituto Mobilidade Verde, conta que os paraciclos atendiam especialmente aos moradores dos sete cortiços que ficam na Rua Silveira Campos. “É uma rua sem saída, sem fluxo de carros e os paraciclos não estavam na frente da casa de ninguém.”
O Pedal Social foi criado em novembro de 2012 para atender a um público bem específico de trabalhadores. Ele é voltado para pessoas que não receberam ainda o valor para o transporte público no primeiro mês de trabalho ou para aqueles que têm o salário comprometido com o valor do transporte.
Anderson conta que o projeto foi convidado para participar da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, em outubro. Além disso, a intenção era transformá-lo em passeio ciclístico pelo bairro nos fins de semana.
+ Veja o teste do aluguel de bicicleta na cidade
A Prefeitura afirmou, por meio de nota, que as estruturas foram instaladas em via pública sem prévia autorização e, por isso, agentes estiveram no local e retiraram os objetos.
A administração lembra que o projeto piloto de integração do Bilhete Único com a rede de bicicletas do Bike Sampa está sendo testado nas estações Parque Trianon, Shopping Eldorado e Shopping Santa Cruz.
Segundo Anderson, a intenção do Pedal Social é, de fato, não ser institucionalizado. “Não pedimos autorização por acreditarmos que a politica deve ser feita de baixo para cima. Caberia ao poder público identificar e reconhecer a necessidade e o serviço que está sendo prestado.”