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‘Já pegamos quinze bandidos’, diz delegado sobre arrastões

Responsável pela delegacia criada para solucionar os crimes da moda, o delegado Roberto Afonso da Silva conta como está combatendo os assaltos em restaurantes da cidade

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h48 - Publicado em 19 jul 2013, 17h43

No último dia 10, três jovens foram presos no centro da cidade. O trio havia participado, na noite anterior, de um arrastão a uma pizzaria na Vila Mariana. Foram roubados três bolsas, cartões bancários, documentos, óculos, celulares, chaves, além de 740 reais dos frequentadores e 300 reais do estabelecimento. Desde o início do ano, pelo menos 24 ações desse tipo já aconteceram na capital. É o crime da moda.

Foi pensando nisso que a Polícia Civil decidiu criar uma delegacia especialmente voltada para atos criminosos sazonais. Em maio, a antiga Delegacia de Furtos e Roubos de Joias se transformou na Delegacia de Investigação sobre Crimes Patrimoniais de Intervenção Estratégica. Os 26 investigadores e dois delegados que compõem a equipe atualmente se dedicam a desvendar os assaltos a bares e restaurantes, popularmente conhecidos como arrastões.

Confira a entrevista com Roberto Afonso da Silva, o delegado dos arrastões:  

Como agem esses bandidos?  Em geral, são criminosos já com alguma experiência em roubos e furtos. Constatamos que a maioria deles reside em três pontos da cidade: Glicério, Paraisópolis e Real Parque. Na hora da ação, existem duas possibilidades. Eles podem se reunir e sair rondando a cidade de carro em busca de um estabelecimento que pareça um alvo fácil ou então estar mancomunados com algum funcionários de um local específico, que irá facilitar a ação.

O que faz com que um restaurante ou bar seja um alvo fácil?  Um dos pontos principais é a iluminação. Casas que funcionam à luz de velas, por exemplo, acabam atraindo esse tipo de coisa. Os estabelecimentos que contam com sistema de câmeras também costuma espantar os ladrões.

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Como a polícia trabalha para encontrar os criminosos?  Precisamos contar com a ajuda da população. Nesses casos, qualquer detalhe pode ser fundamental. Descrições físicas, imagens, precisão quanto ao horário do acontecimento. Quanto maior a quantidade de material oferecido, maiores as chances de encontrarmos o ladrão. É comum que as vítimas tenham medo de reconhecer um suspeito ou dar informações para a polícia, mas esse temor prejudica muito o trabalho. Precisamos adotar uma postura ativa frente aos crimes.

Quantos deles já foram encontrados?  Desde que assumi a delegacia, pegamos quinze bandidos. Alguns deles compunham uma quadrilha que já havia feito vários arrastões. Dos onze casos registrados aqui desde maio, oito já foram solucionados. A média de crimes por semana também está melhorando. No início, era um caso por semana. Até agora só registramos dois durante o mês de julho. Estamos encontrando o caminho.

Os arrastões são a prioridade da delegacia de crimes sazonais?  Atualmente, sim. Da mesma maneira que uma única equipe de médicos não pode realizar cirurgias diferentes ao mesmo tempo, a polícia também precisa estar focada em um tipo de crime da cada vez. É conhecendo a maneira como eles, os bandidos, trabalham, que nós podemos trabalhar também. 

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