Prefeitura decide manter aulas presenciais apenas para Ensino Médio
Os demais estudantes continuam com atividades extracurriculares
Bruno Covas (PSDB), prefeito de São Paulo e candidato a reeleição, anunciou que não haverá uma nova flexibilização das aulas na capital paulista em dezembro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19): apenas as aulas do Ensino Médio continuam autorizadas a serem realizadas presencialmente.
No dia 7 de outubro, foi autorizado o retorno das aulas presenciais no estado e cada município teve autonomia para conduzir o processo. No dia 3 de novembro, a prefeitura de São Paulo permitiu o retorno apenas para os alunos do Ensino Médio, sendo mantidas atividades extracurriculares para os estudantes dos ensinos infantil e fundamental, o que continua em vigor.
Segundo Covas, os números de casos de Covid-19 estão estáveis, mas que este não seria o momento para ampliar a flexibilização. Ele ainda disse que não há nenhuma necessidade de voltar atrás no plano de reabertura. “Vamos continuar no mesmo estágio, com as mesmas atividades abertas, com o mesmo protocolo a ser respeitado”.
Segunda onda em São Paulo?
O prefeito e candidato à reeleição pelo PSDB disse nesta quinta-feira (19) que “não há segunda onda” de coronavírus na cidade de São Paulo. Nos últimos dias, hospitais e autoridades têm alertado sobre um aumento no número de internações.
A afirmação de Covas se deu em dois momentos: em agenda de campanha e em coletiva de imprensa. Segundo ele, há uma “estabilidade da evolução na pandemia”. O prefeito disse ainda que não vai flexibilizar nem retroceder, por enquanto, as ações de quarentena. O governo do estado anunciou nesta semana a prorrogação da quarentena até o dia 16 de dezembro.
“Aqui não há espaço para nenhum discurso extremista, é preciso manter os cuidados, mas não há nenhum número que indique necessidade de lockdown como alguns vem espalhando em fake news”, disse Covas.
Em reportagem da Vejinha, especialistas disseram que ainda não há uma segunda onda da Covid-19 no Brasil. “Nem saímos da primeira”, explica a consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Unicamp, Raquel Stucchi.
A opinião é compartilhada com o médico infectologista e membro do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, David Uip. “Na minha opinião, não saímos da primeira onda. Em São Paulo os dados mostram que a gente teve uma diminuição no número de casos e mortes, mas não ao nível que ocorreu em outros países. Caiu, mas nem tanto, e agora recrudesce”, disse.
Já para o pesquisador Domingos Alves, responsável pelo LIS (Laboratório de Inteligência em Saúde) da Faculdade de Medicina da USP, o Brasil já vive a segunda onda da doença. A avaliação do especialista se baseia na evolução da taxa de reprodução do coronavírus no país, que indica que a pandemia voltou a crescer.
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