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Em anos de pandemia, população de rua cresceu 31% em São Paulo

Perfil majoritário é homem com idade média de 41 anos; do total, 70,8% são pretos ou pardos

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jan 2022, 11h32
Imagem mostra homem sentado em cadeira de rodas, com uma bermuda vermelha, em frente a uma barraca.
José e Amora: planos adiados pelo acidente (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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De 2019 a 2021, mais 7 540 pessoas passaram a viver nas ruas da cidade de São Paulo, diz censo da prefeitura divulgado nesta segunda-feira (24). O último levantamento apontava que havia 24 344 pessoas nessas condições, enquanto no fim do ano passado o número saltou para 31.884, um crescimento de 31%.

O crescimento numérico é maior que o número total de moradores em situação de rua encontrado no município do Rio de Janeiro em 2020, que era 7.272 pessoas.

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O contingente da população de rua também é maior que o número de habitantes da maior parte das cidades do estado: dos 645 municípios paulistas, 449, ou 69,6% do total, têm quantidade de moradores menor do que a população em situação de rua aferida na cidade de São Paulo.

Os dados do novo censo indicam que a Mooca é a região com a maior concentração de pessoas em situação de rua. Em 2019, havia 1.419 pessoas na região e, agora, há 2.254, um crescimento de 170% em apenas dois anos. Na Sé, o aumento em números absolutos foi de 973 pessoas.

O relatório final também indica crescimento dessa população em bairros como Perus, Vila Maria-Vila Guilherme e Santana-Tucuruvi, na Zona Norte; Penha, Itaquera, Ermelino Matarazzo, São Miguel Paulista, Sapopemba, Guaianases e Itaim Paulista, na Zona Leste; e Ipiranga, Vila Mariana, Jabaquara e M’Boi Mirim, nas zonas Sudeste e Sul. Em todas essas regiões, o crescimento numérico de pessoas vivendo nas ruas foi superior a 100%.

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A vida na barraca

Cena já comum pelas ruas da capital, as moradias improvisadas em barracas cresceram 330% em 2021. Enquanto no recenseamento anterior havia 2.051 pontos abordados do tipo, em 2021 foram computados 6.778 pontos. VEJA São Paulo mostrou a situação de pessoas que vivem sob essas condições.

Os dados apontam ainda que aumentou a quantidade de famílias vivendo nas ruas, conforme também mostrou reportagem de VEJA São Paulo em julho de 2021: em 2019, 20% da população em situação de rua disse que tinha em sua companhia alguém que considerava da família, enquanto agora o número subiu para 28,6%.

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Outro dado importante é que o percentual de mulheres em situação de rua cresceu de 14,8% do total dessa população, em 2019, para 16,6% em 2021. Do mesmo modo, a população trans/travesti/agênero/não binário/outros também aumentou: representava 2,7% em 2019 e, agora, soma 3,1% da população nas ruas da cidade.

O perfil majoritário continua masculino, em idade economicamente ativa e de idade média de 41,7 anos em 2021. Do total de pessoas em situação de rua na capital paulista, 70,8% são pretos ou pardos.

Programa Reencontro

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) lançou o Programa Reencontro, que prevê assistir a pessoas em situação de rua. “Antecipamos o recenseamento e estamos trabalhando com base em dados técnicos para garantir atendimento qualificado a esses cidadãos paulistanos que vão ser beneficiados pelo Reencontro já ainda este ano” , disse Nunes por meio de assessoria de imprensa.

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Segundo a prefeitura, a iniciativa “parte de conceitos universais e de experiências bem-sucedidas ao redor do mundo” e “prevê a reestruturação da abordagem e acolhimento existentes, maior oferta de vagas na rede municipal, um tripé de moradia formado por locação social, renda mínima e moradia transitória, além de capacitação profissional e intermediação para o encontro de postos de trabalho”.

Os três eixos são “conexão, cuidado e oportunidade”. No eixo “Conexão”, a prefeitura diz que quer estimular a recriação de vínculos pré-existentes e o fortalecimento da rede de apoio. No eixo “Cuidado”, o programa estabelece que serão oferecidas moradias subsidiadas para aqueles que não possuem renda suficiente, nas seguintes modalidades:

  •  Locação Social: aluguel subsidiado conforme renda;
  •  Renda Mínima: auxílio pecuniário para pessoas sem problemas de drogadição.
  • Moradia transitória: unidades com alta rotatividade para que se busque evitar o processo de cronificação, promovendo rápido resgate da autonomia.
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Já para o eixo “Oportunidade”, a prefeitura de São Paulo diz que atuará como intermediadora da mão de obra e emprego através da capacitação profissional, da alocação em contratos públicos (Decreto nº 59.252/20), da busca ativa por vagas e pelo estímulo à contratação no setor privado.

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