Com voz embargada, Cunha renuncia à presidência da Câmara dos Deputados
Político anunciou sua saída da Casa nesta quinta-feira (7) em coletiva de imprensa em Brasília
Com voz embargada, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou na tarde desta quinta-feira (7) à presidência da Câmara dos Deputados. Ele anunciou a decisão em uma coletiva de imprensa em Brasília enquanto lia uma carta informando sua saída.
O político iniciou o discurso afirmando que seu afastamento poria fim a um impasse. “É público e notório que a Casa está acéfala”, disse. “Estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment.”
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Disse ainda ser o protagonista de pautas importantes para o país, sobretudo ao liderar o pedido de saída de Dilma Rousseff, mas que isso trouxe consequências a ele. É réu em diversos inquéritos que envolvem corrupção.
“Sofro perseguição pelas pautas adotadas e por ter dado início ao processo de impeachment”, reclamou. Ele acusou a Procuradoria-Geral da República de agir com seletividade nos processos abertos contra ele com o objetivo de prejudicar sua imagem. “Comprovarei minha inocência, pois não recebi vantagem indevida.”
Com a voz trêmula, continuou: “Estou sendo atacado de forma covarde, assim como minha esposa e minha filha. Mas saio com a consciência tranquila. Fui a pessoa responsável por livrar o país do governo criminoso do PT. Foi um ato de coragem ter dado início a esse processo envolvendo uma gestão desastrada como essa que deixou 13 milhões de brasileiros desempregados e causou um descontrole das contas públicas.”
Ao final, agradeceu a Deus por ter presidido a Câmara, ao PMDB e a sua família. “Que este país seja restaurado e boa sorte ao novo presidente da Câmara”, finalizou. A Câmara terá cinco sessões para realizar novas eleições para o cargo. Hoje, Waldir Maranhão ocupa o posto interinamente.