Edgard Scandurra e Arnaldo Antunes gravam disco na África
"A Curva da Cintura" tem participação do maliense Toumani Diabaté e é benfeito diálogo de sonoridades
Amadou Touré, presidente do Mali, na África, costuma presentear autoridades de outras nações com uma corá — espécie de harpa de 21 cordas. De forma artesanal, o músico Toumani Diabaté fabrica tal instrumento, que já foi entregue a mais de cinquenta pessoas, entre elas o ex-presidente americano George W. Bush, o rei da Espanha, Juan Carlos I, e o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Durante dez dias, o cantor Arnaldo Antunes e o guitarrista Edgard Scandurra estiveram no país para gravar um disco ao lado de Toumani Diabaté. “A Curva da Cintura” não é um álbum regional ou de world music. Há espaço para baladas, pop e rock em um benfeito diálogo de sonoridades.
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Sem a presença do maliense, os artistas daqui lançam o CD na recém-inaugurada casa de shows Cine Joia. “Não houve tempo hábil para trazer o Toumani, mas ele deve vir em março para uma turnê conosco”, diz Antunes. Devido à ausência da corá, a dupla convidou Michelle Abu (bateria e percussão) e Daniel Scandurra (violão), filho de Edgard, para completar a banda na noite de estreia. “Vamos passar a emoção do CD, pois a essência está nas músicas”, afirma Edgard. Composições dos brasileiros, como a faixa-título, “Cê Não Vai Me Acompanhar” e “Um Senhor”, pontuam o repertório. O trabalho rendeu também um filme, dirigido por Dora Jobim, neta de Tom Jobim. Esse documentário, que acompanhou os brasileiros em Mali e mostra o processo de criação da harpa africana, será lançado em DVD junto com o disco.