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Doria quer retirada de barracas montadas na praça Princesa Isabel

“Onde você tem tenda, você tem tráfico”, afirmou governador; antes dos dependentes químicos, "nova Cracolândia" era ocupada por pessoas em situação de rua

Por Clayton Freitas
Atualizado em 29 mar 2022, 18h47 - Publicado em 29 mar 2022, 13h57
Praça Princesa Isabel
Projeto foi apresentado quando os dependentes químicos e traficantes ocuparam a praça Princesa Isabel  (Clayton Freitas/Veja SP)
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O governador João Doria (PSDB) afirmou na manhã desta terça-feira (29) ter orientado os chefes das polícias Civil e Militar a articular com a GCM (Guarda Civil Metropolitana) a retirada das barracas instaladas na praça Princesa Isabel, batizada de nova Cracolândia.

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A afirmação foi dada durante a entrevista coletiva para apresentar uma nova passagem para pedestres entre a estação Luz da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Sala São Paulo.

Doria disse que tomou a decisão após ver imagens da região no “Bom Dia São Paulo”, da TV Globo. Segundo ele, a ação deve ser feita pela prefeitura.

“Eu fui prefeito, eu vivi essa experiência. Onde tem barraca você tem ali os traficantes”, afirmou.

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Doria também deu um certo puxão de orelha no prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ele afirmou que ao visitar a região da Nova Luz percebeu a presença de muitas pessoas em situação de rua e disse que elas devem ser acolhidas e tratadas. “Olhe com carinho ainda maior”, afirmou Doria a Nunes.

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praça princesa isabel
Vista da praça Princesa Isabel, antes ocupada apenas por moradores de rua e agora com dependentes químicos e traficantes (Clayton Freitas/Arquivo/Veja SP)

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que a montagem de barracas pelo chamado fluxo já é proibida. “Prática que foi intensificada a partir de 19 de julho do ano passado, a partir da comprovação, pela polícia, de que as tendas eram usadas por criminosos para o comércio ilegal de drogas”, informou. 

A administração municipal não respondeu quando e se irá desmontar as barracas da praça Princesa Isabel.

O histórico “fluxo” de usuários de drogas que perambulavam atrás de traficantes para obterem crack era geralmente visto nas ruas Helvétia, Dino Bueno, Alameda Cleveland e praça Julio Prestes, o que simplesmente desapareceu entre a noite do dia 18 (uma sexta-feira) e o dia 19 (sábado) deste mês.

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Rua Dino Bueno, na antiga Cracolândia, vazia
Rua Dino Bueno, na antiga Cracolândia, vazia (Clayton Freitas/Veja SP)

Cerca de 200 dependentes químicos –de um total de 600 que frequentavam a antiga Cracolândia– se mudaram para a praça Princesa Isabel, já ocupada por pessoas em situação de rua e também algumas que ficaram sem ter como pagar o aluguel devido a pandemia de Covid-19.

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Muitos moradores, comerciantes, dependentes químicos e até alguns policiais disseram se tratar de ordem do tráfico de drogas, o que foi rechaçado por Doria e seu staff.

Memória

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Apesar de Doria evocar a sua curta experiência (2 anos) como prefeito da capital, ela foi marcada por uma ação atabalhoada em relação à Cracolândia.

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A operação realizada em seu primeiro ano de mandato, em 2017, foi severamente criticada pelo uso excessivo da força policial contra dependentes químicos, além de uma série de outros erros.

Assim como agora, os dependentes químicos se esparramaram pelo centro,  e os traficantes continuaram a atuar na região.

Em ação recente na região, a Polícia Civil diz ter prendido um suposto traficante acusado de comercializar drogas na praça Princesa Isabel.

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