Do papel às flores
Inovar um segmento e deixar a área de formação foi a opção da ex-jornalista e atual florista
Muita gente sonha em mudar bruscamente o rumo de sua vida. Quem é advogado, pode querer ser padeiro. Quem é publicitário, pode querer ser advogado. E quem é padeiro, pode querer ser publicitário. É natural. Mas e para mudar? Como fazer? Essa é a história da Marina Gurgel Prado, de 28 anos.
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Ela se formou em Jornalismo em 2008. Sempre sonhou em trabalhar na área de política internacional. “A gente sonha e, quando aparece a oportunidade em uma redação bacana, a gente abraça”, conta ela. E foi justamente isso que aconteceu com a Marina. Ela passou a trabalhar com entretenimento em um grande jornal de São Paulo, só que, mesmo atuando em um grande jornal, a alegria não durou tanto tempo assim.
Quatro anos depois de se formar, em 2012, Marina começou a repensar a vida. “Eu não estava feliz na profissão. Em parte porque não via perspectiva de crescimento. Tinha também a crise de ver pessoas demitidas. Além disso, queria fazer mais do que ficar sentada em frente ao computador. Queria usar mais a criatividade de alguma forma que não sabia qual”.
Foi justamente aí o começo de uma grande história. A solução que Marina encontrou para usar mais a criatividade e combater o desânimo no trabalho foi fazer cursos. “Fiz vários. Inventei um método para descobrir o que fazer. Não adiantava workshop na própria área. Fui fazer coisas que gostava, por hobby mesmo”, detalha.
Embalada pelos hobbies, em 2012, quando foi morar com o então namorado e atual marido, Marina passou a ser uma frequentadora habitual de feiras de rua e lá passou a comprar muitas flores. Em casa passou a montar arranjos em garrafas e potes. “Comecei a fazer os arranjos para alegrar a casa”, explica.
Nesse mesmo período, Marina resolveu se mexer no trabalho para, finalmente, acabar com toda aquela insatisfação: “Talvez eu fosse aquelas pessoas acomodadas que precisam de algo muito grande para se mexer. Fiz o método kamikaze: pedi demissão do jornal em novembro. Se não queria mais fazer aquilo da vida, não ia fazer plantão de Natal e Ano Novo”, disse ela.
Marina não só se rebelou contra a antiga profissão como também, embalada pelos arranjos de casa, começou a pensar no futuro com as flores: “Eu até pensava que podia trabalhar com isso. Só que eu achava o mercado de flores um pouco igual”, pontua.
De cara, a jornalista, para se manter ativa, continuou com alguns trabalhos temporários e se manteve com o dinheiro que tinha guardado. Mas Marina não imaginava que um encontro com os amigos iria encaminhá-la para o futuro: “Semanas depois que saí do jornal, fui a um churrasco. Lá, conheci a prima de uma amiga, que estava querendo trabalhar com plantas e montar um negócio. Essa moça era a Tati, minha sócia”, comenta ela.
A história se consolidou no começo de 2013. “Crescemos bastante e já mudou muito nosso negócio. Tivemos total liberdade para ir moldando o nosso dia a dia exatamente como queríamos, conforme o tempo ia passando”, esclarece Marina. A floricultura delas deu tão certo que há um mês as duas se mudaram para um ateliê maior, para conseguirem atender a mais demandas de clientes. “Estou supersatisfeita e feliz. Não me vejo voltando para a minha área de formação.”
Nome: Marina Gurgel Prado
Profissão: Jornalista
Atitude transformadora: Criou uma floricultura diferenciada em que monta arranjos com as flores disponíveis no dia e entrega de bicicleta