3 perguntas para… Débora Falabella
Atriz volta aos palcos com a tragicomédia ‘O Amor e Outros Estranhos Rumores’, no Tuca
Três semanas depois de gravar o último capítulo da novela ‘Escrito nas Estrelas’, a atriz mineira Débora Falabella, de 31 anos, volta aos palcos com a tragicomédia ‘O Amor e Outros Estranhos Rumores’. Adaptação de três contos do escritor Murilo Rubião (1916-1991), o espetáculo estreia no Tuca no sábado (16).
Nos últimos anos, você tem emendado uma novela numa peça de teatro. Por que essa atividade tão intensa?
Não subo ao palco pensando no que isso vai contabilizar para o futuro. Faço teatro porque acho importante e não vejo razão na minha carreira se eu não fizer. Isso exige uma força de vontade muito grande. Tenho uma filha de 1 ano e 4 meses, gravo novela no Rio de Janeiro e moro em São Paulo. Poderia tirar férias e ir para Nova York. Mas não seria a mesma coisa. Acho que talvez o sentido da profissão tenha se confundido um pouco. Dá para fazer tudo o que importa se a gente não se preocupar tanto com o supérfluo à disposição no mundo artístico.
E que peça é essa que você está montando agora?
Há cinco anos, integro a companhia Grupo 3 de Teatro. Em 2008, promovemos a Mostra Contemporânea de Arte Mineira, que reuniu 300 artistas no Sesc Pompeia. Desde então, pensamos em encenar um escritor mineiro. Fico impressionada ao ver que as pessoas não conhecem realmente Murilo Rubião, pioneiro do realismo fantástico no Brasil. A diretora Yara de Novaes trouxe sua obra, que é pequena, e, em um mês, destrinchamos os 33 contos. Líamos e imaginávamos a cena.
É a primeira vez que você interpreta um personagem masculino?
Sim. Pelo meu tipo, é pouco provável me imaginar como um homem. Penso que essa minha decisão foi uma forma de entrar e colaborar para esse universo absurdo. O Pedro Inácio, do conto ‘O Contabilista Pedro Inácio’, é divertido, inteligente, quantifica tudo o que faz na vida. Mas também interpreto mulheres, como uma que engorda a cada desejo satisfeito pelo marido.