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Dilma e Aécio fazem debate menos agressivo na Record

Após críticas, temperatura foi morna no penúltimo confronto entre os presidenciáveis

Por Veja São Paulo
Atualizado em 17 Maio 2024, 10h34 - Publicado em 19 out 2014, 19h44

Depois de um debate tenso no SBT na última quinta, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) protagonizaram no domingo (19) um embate menos agressivo, de tom morno, nos estúdios da Record. O clima furioso do último encontro gerou críticas de ambos os lados e, ao que parece, os candidatos resolveram apostar na leveza. Foi o terceiro e penúltimo encontro entre os concorrentes à Presidência antes da eleição, que ocorre no dia 26 de outubro. 

+ Os memes do debate da Record

Como nos embates anteriores, o cara-a-cara da Record seguiu o formato de confronto direto com tema livre, escolhido pelos candidatos. Em diversos momentos, tanto Dilma quanto Aécio extrapolaram o tempo regulamentar das réplicas e tréplicas. O tucano e a petista foram aplaudidos algumas vezes – nas considerações finais, porém, os eleitores do PSDB vaiaram a fala de Dilma. 

Ao longo dos três blocos, ninguém subiu o tom. O tema corrupção veio à tona algumas vezes, com Aécio citando o escândalo da Petrobrás e Dilma rebatendo com denúncias de corrupção no caso do cartel do metrô de São Paulo, compra de votos na reeleição de Fernando Henrique Cardoso, pasta rosa e Sivam, além de suposto desvio de dinheiro na pasta da saúde em Minas. 

Educação, economia, gestão pública e realização de obras também estavam entre os assuntos. Aécio arrancou palmas da plateia quando citou a proximidade do PT com governos totalitários. “Não é a presidente que tem que mandar investigar casos de corrupção. Isso funciona em algumas ditaduras que seu governo é amigo”, disse o tucano. “Para quem tem como maior obra um centro administrativo em Minas Gerais, o senhor é bastante ousado”, afirmou Dilma em outro momento. Foram as maiores alfinetadas da noite. 

Neste debate, Dilma parece ter trocado o famoso “no que se refere” pelo “estarrecida”: falou cinco vezes a palavra. 

A plateia do lado tucano tem algumas celebridades: os empresários João Doria Jr e Álvaro Garnero, além do ídolo do basquete Oscar Schmidt. O PT levou os figurões do partido: o presidente Rui Falcão, o senador Eduardo Suplicy e o marqueteiro João Santana (veja galeria). 

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O clima foi tão pesado na quinta-feira passada que Dilma passou mal logo após a transmissão, enquanto dava entrevista a uma repórter do SBT. A presidente creditou o mal estar a uma súbita queda de pressão. No dia seguinte, ela divulgou um vídeo falando que estava bem.

Confira a cobertura em tempo real:

23h55 – Aécio: “Candidata oficial se contenta a comparar o presente com o passado. Nossa proposta não se contenta com inflação voltando, indicadores sociais piorando. Sou candidato para mudar de verdade, não apenas no slogan. Essa última semana estive no Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul. O Brasil quer mudança. Sou o candidato que encarna o sentimento que o brasileiro pode mais. Somos uma nação maravilhosa, com potencialidades econômicas extraordinárias. Assumo a responsabilidade de assumir essas mudanças”, finaliza Aécio, sob gritos e aplausos

23h52 – No último bloco, as considerações finais. Dilma agradeceu e disse que dois projetos de Brasil estão em jogo. “Um, que garantiu conquistas. Outro, que condenou os brasileiros ao desemprego e ao arrocho salarial”, disse a presidente. “Você cresceu porque o Brasil mudou, investiu em educação e formação. Foi preciso governar para todos os brasileiros. Nós que lutamos tanto não vamos deixar que nada, nem crise, nem inflação nem pessimismo tire de você o que você conquistou”, disse Dilma, sob aplausos e vaias dos tucanos. 

23h45 – Dilma é interrompida. Os apresentadores precisaram encerrar o terceiro bloco.

23h43 – Aécio fala que os nordestinos não viram uma gota de água da transposição do São Francisco e cita a promessa do trem bala. “Para quem tem como maior obra um centro administrativo em Minas Gerais, o senhor é bastante ousado”, diz Dilma

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23h40 – “As obras do seu governo não terminam nunca”, diz Aécio. “Concluimos a ferrovia norte-sul. Entregamos as usinas. Fizemos Belo Monte. A integração do São Francisco está em pleno vapor. Metrô do Rio, Fortaleza e Salvador também. Os pólos navais também”, devolve a presidente

23h37 – Na tréplica, Dilma diz que os tucanos sucatearam a educação no Brasil. Usou pela primeira vez “no que se refere”. Aécio “tegiversa” e fala sobre saneamento no meio da resposta, interrompido pela mediadora. 

23h24 – Início do terceiro bloco. Dilma diz que transformou o Enem no maior acesso às universidades e pergunta o que Aécio acha. Ele responde falando sobre creches e diz que o governo não entregou as creches que prometeu. “Temos que garantir que todas as crianças até 4 anos de idade tenham vaga na pré-escola”, diz Aécio.  

23h25 – Dilma insiste que FHC proibiu a criação de escolas técnicas. “Vocês com oito anos fizeram onze escolas técnicas. Só eu, em quatro anos, fiz 408”

23h22 – Dilma começa a falar sobre o Pronatec – matéria da Folha de S.Paulo trouxe hoje um relatório da Controladoria-Geral da União mostrando que não é possível precisar quantos alunos assistem de fato às aulas e como foram gastos os recursos repassados pelo governo federal às escolas. Aécio cita a reportagem e diz que Pronatec foi inspirado em programa semelhante do governo de Minas

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23h20 – “Se eu fosse funcionária do Banco do Brasil, ficaria com três pulgas atrás da orelha quando seu candidato a ministro da Fazenda diz que ‘não sabe onde vão parar’ os bancos públicos no seu governo”, diz Dilma

23h17 – Aécio fala sobre os bancos públicos e diz que o PSDB fez “as privatizações que tinham de ser feitas”. “O senhor veio cantar de galo e não sabe onde”, diz Dilma

23h15 – Dilma fala sobre segurança pública e Aécio diz que ela não pôs em prática o que propõe agora como candidata. “A senhora diz que vai fazer algo que já poderia ter sido feito”, diz Aécio sobre os centros de controle integrados e controle de fronteiras

23h08 – Dilma diz que a Petrobrás de hoje é muito melhor que no passado e cita o pré-sal. “Eu vou profissionalizar a Petrobrás e permitir que volte a ser orgulho, saindo das páginas policiais”, diz Aécio. “Candidato, você é engraçado. Quando nós fizemos, não nos pertence. Quando convém, dois pesos e duas medidas”. Dilma diz que o PSDB gostaria de ver a Petrobrás dividida entre as grandes empresas internacionais e é aplaudida novamente. 

23h06 – Começa o segundo bloco. Aécio fala sobre gestão na Petrobrás e cita que quem investiu na estatal perdeu dinheiro. “Eu acho estarrecedor. Vocês venderam as ações da Petrobrás a preço de banana. Vocês não tem a menor moral para falar de valor da Petrobrás. Vocês queriam mudar o nome para Petrobrax e queriam privatizá-la”

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22h59  – Ao citar o suposto desvio de dinheiro do governo de Aécio na saúde, Dilma arrancou aplausos da plateia pela primeira vez. Os tucanos estão sempre em maioria nos debates. 

22h58 – Em comum, a petista e o tucano vêm extrapolando o tempo nas respostas. 

22h57 – O assunto agora é saúde e Dilma repete o que já disse em outros debates, que Aécio investiu pouco na pasta quando governador de Minas. “Não quero apenas ‘Mais Médicos’. Eu quero mais saúde. Não quero um programa só para chamar de meu”, diz o tucano. “Vocês desviaram milhões. Com que moral falam de saúde, não sei”. 

22h50 – Aécio questiona Dilma, que foi presidente do conselho da Petrobrás até 2010. “Ele foi demitido e mandei investigar”, responde Dilma. “Não é a presidente que tem que mandar investigar. Isso funciona em algumas ditaduras que seu governo é amigo”, alfineta Aécio, arrancando aplausos

22h48 – “Se vocês não investigaram o caso da pasta rosa, da Sivam, da compra de votos, eles são inocentes?”, pergunta Dilma. “Se não foi comprovada culpa, eles são inocentes”, diz Aécio. “Na Petrobrás, montou-se uma organização criminosa”

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22h45 – Dilma diz que todos os corruptos do PSDB estão soltos e Aécio pergunta mais uma vez se Dilma confia no tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que teria recebido propina. “Será que isso está acontecendo em outras empresas além da Petrobrás? É uma questão de governança”, pergunta Aécio. “Fico estarrecida de o senhor falar em governança. O ex-presidente do seu partido, que está morto, recebeu propina para acabar com a CPI. Nós fazemos diferente, nós investigamos”

22h43 – Aécio fala sobre o escândalo da Petrobrás – a presidente admitiu ontem pela primeira vez que houve desvio. “Da última vez que um delator denunciou pessoas do seu partido o senhor disse que não confiava na palavra dele. Eu sou diferente. Eu sei que há indícios de desvio de dinheiro. O que ninguém sabe é quanto foi e quem foi”

22h40 – “O senhor questiona algo que o mundo reconhece”, diz Dilma. O tema da “paternidade” do Bolsa Família vem à tona. “Não diga o ‘meu Bolsa Família’, candidata. Ele é de todos os brasileiros. Essa é uma marca perversa do PT, falar que os programas sociais pertencem ao partido”, afirma Aécio.

22h38 – Dilma cita o aumento da classe média e a saída do Brasil do mapa da pobreza e Aécio diz que números divulgados pelo governo não são confiáveis. “O diretor do Ipea pediu demissão porque não pôde dizer que pobreza aumentou”, afirmou o tucano

22h35 – “As pessoas estão desesperadas, voltando a fazer compras do mês. Mas, para a presidente da República, não tem inflação”, diz Aécio

22h32 – Aécio bate no tema inflação. “A inflação não está descontrolada. Vocês jogam o quanto pior, melhor. Para ter 3% de inflação o senhor vai triplicar o desemprego. Esse é o receituário. O cozinheiro é o mesmo, Armínio Fraga”, diz Dilma. “A senhora diz que criou mais empregos que eu. Eu não governei o Brasil ainda, candidata”

22h27 – Dilma questiona Aécio sobre a flexibilização das leis trabalhistas e pergunta se ele vai tomar “medidas impopulares”. O tucano responde que vai manter os direitos dos trabalhadores e vai garantir o ganho real do salário mínimo e critica demissões das indústrias. “Estou estarrecida com o fato de que o senhor não sabe que temos uma das menores taxa de desemprego da história”. 

22h25 – Aécio fala sobre segurança e diz que “mães estão chorando a morte dos seus filhos”. Dilma responde que segurança não é responsabilidade do governo federal e que em Minas o problema piorou nos últimos anos. “Lá, com certeza acredito que tem mãe chorando”

22h18 – Dilma diz que em seu governo as pequenas empresas cresceram e o sistema foi simplificado e Aécio concorda com uma alfinetada. “Não quero acabar com os bons programas, quero mantê-los. Não adianta ficar querendo ser dono de boas ideias”

22h15 – A presidente Dilma pergunta a Aécio qual a posição do tucano sobre as leis que favorecem o microempreendedor. Ele afirma que pretende simplificar o sistema tributário para os empresários.

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