Primeira escola de crupiês do país fica em São Paulo
Em falta no mercado, profissional desse tipo chega a receber salário de 7.000 reais
Joubert Camardo passa a maior parte do seu tempo em torno de uma mesa de pôquer, mas não aposta. “Nunca joguei, não gosto. Só coordeno a partida”, afirma o crupiê, que voltou ao Brasil em 2009 após uma experiência de dez anos em cassinos da Ásia. Atento e cuidadoso ao manusear as cartas e fichas, ele é um dos professores da DealerPro, a primeira escola do país especializada em sua atividade. “Sou responsável por administrar o jogo, garantindo o cumprimento de todas as regras”, explica. Esse tipo de profissional, requisitado para trabalhar principalmente em clubes e em cruzeiros turísticos, está em falta no mercado. Pelo menos foi o que constatou o administrador André Schuartz, dono da Cassinera, empresa que há dois anos aluga a estrutura que recria o ambiente de um cassino em festas e eventos itinerantes.
Em parceria com Devanir Ramos, da Nutzz, responsável por organizar torneios de pôquer no Brasil, Schuartz resolveu abrir a escola, tendo como foco as modalidades Omaha e Texas Hold’em, duas das mais populares por aqui. Os homens são maioria na classe. “Como é mais difícil encontrar uma mulher nessa profissão, elas acabam recebendo um salário maior”, diz. Um dealer, como também é chamado o crupiê, pode faturar entre 2.000 e 7.000 reais por mês.
Os primeiros alunos se formaram em dezembro. A próxima turma começa a ter aula no dia 14. “Pretendo abrir um negócio nessa área, no interior do estado”, conta o engenheiro de produção Danilo Manzalli, que só jogava pôquer pela internet até fazer o curso. Entre os aprendizes, há quem já atue no ramo. “Gostaria de voltar a trabalhar em cassinos fora do país”, diz a bartender Fernanda Tasca, ex-fiscal de mesa. O curso com dez aulas teóricas e três práticas custa 1.600 reais.
CINCO MANDAMENTOS DO DEALER
1) Dominar as regras do jogo
2) Ter agilidade no manuseio de fichas e cartas
3) Ser rápido em cálculos
4) Ter foco
5) Ser imparcial