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Crowdfunding: vaquinha virtual garante shows em São Paulo

Fãs compram cotas de patrocínio e conseguem apresentações dos seus ídolos

Por Carol Pascoal
Atualizado em 5 dez 2016, 17h23 - Publicado em 16 fev 2012, 23h50

Ao saber que a banda de rock pauleira Soulfly, do guitarrista Max Cavalera, tinha um show marcado na Argentina, o músico Pedro Carvalho, de 31 anos, pensou em viajar para ver o ídolo de perto. Logo ele descobriu que também havia uma chance de o grupo passar por São Paulo. Para isso, Carvalho precisaria comprar uma espécie de cota de patrocínio por 150 reais no site Ativa Aí. Além dele, mais 499 pessoas aderiram ao negócio, totalizando o custo de cachê de 75.000 reais e viabilizando a apresentação da banda no sábado (25), no Santana Hall. “Jamais pensei que poderia contribuir dessa forma”, afirma o músico.

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Chamado de “crowdfunding”, esse processo de compra é uma espécie de financiamento coletivo. Ele pode ser aplicado em várias áreas, mas tem se tornado frequente no entretenimento. Criado por três amigos, o Ativa Aí foi um dos primeiros endereços eletrônicos nacionais a apostar em espetáculos. Desde a estreia do site, em outubro de 2011, o público já garantiu alguns shows internacionais e nacionais. Além do badalado DJ holandês Tiësto, a banda de rock Raimundos foi “contratada” pelos fãs sob a condição de executar apenas as principais músicas da carreira.

Assim que o evento proposto é confirmado, ingressos começam a ser vendidos para o público em geral, porém sem as mesmas regalias de quem comprou as cotas prévias, como acesso à pista vip e open bar. “No caso do Soulfly, por exemplo, se as entradas se esgotarem, quem ajudou no início terá o reembolso integral como benefício”, explica Rafael Mori, de 28 anos, diretor de negócios do Ativa Aí.

Nos mesmos moldes de vaquinha online, o PlayBook, também criado em outubro de 2011, tem levado suas atrações ao Beco 203, no Baixo Augusta. Juntos, o site e o público escolhem as possíveis apresentações. “Quando ficamos na dúvida em relação à bilheteria de algum show, colocamos no ‘crowdfunding’, assim o próprio fã ajuda a divulgar”, diz Vitor Lucas, proprietário do Beco. “É uma maneira de errar menos na escolha de produções.” A apresentação do grupo americano Howler, na sexta (24), é resultado dessa parceria. A vinda do conjunto, revelação da atual cena indie dos Estados Unidos, só seria possível se fossem arrecadados 23.000 reais — valor referente ao cachê e hospedagem, entre outras despesas. Em quatro dias, 230 pessoas compraram as cotas de 100 reais cada uma e, assim, carimbaram o passaporte dos rapazes.

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CACHÊ EM FATIAS

Como funciona o novo sistema de financiamento para espetáculos

1. O site da empresa especializada pré-agenda o show de uma banda

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2. O custo total da produção do evento é dividido em cotas, que são oferecidas aos fãs do grupo

3. Caso as cotas sejam vendidas, o espetáculo é viabilizado e o fã-financiador garante um ingresso e outros benefícios

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