Continua após publicidade

Internação compulsória não será descartada na Cracolândia, diz Tarcísio

Governador disse que medida só será usada em último caso; estado e prefeitura anunciaram 'hub' para tratamento de dependentes químicos

Por Hyndara Freitas
Atualizado em 24 jan 2023, 20h35 - Publicado em 24 jan 2023, 20h34

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não descartou a internação compulsória de dependentes químicos na Cracolândia, mas afirmou que irá usar a medida somente “em último caso”. “Você tem uma cesta de opções, e a internação compulsória é uma delas, que vai ser usada em último caso, para realmente salvar a vida daquela pessoa que está numa situação extrema. A internação compulsória dá muito questionamento, inclusive judicial, por isso que ela é a última opção, mas ela também não pode ser descartada. Nós vamos trabalhar com todas as outras opções de abordagem, de acolhimento antes”, afirmou.

+ Cracolândia: repressão policial está aumentando a tensão, diz especialista

Nesta terça-feira (24), o governador anunciou junto ao prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) medidas para mitigar o uso de drogas a céu aberto na região central, e a principal delas será a criação de um “hub” para tratamento de dependentes químicos que será dentro do Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas (Cratod), um equipamento estadual que fica no Bom Retiro. Segundo o governo, haverá diversas opções de tratamento, que serão avaliadas caso a caso.

Entretanto, os anúncios não têm efeito imediato. O hub de tratamento só deve sair em 60 dias. Um dos temas mais debatidos e inclusive anunciado pelo governo foi a Justiça terapêutica, um instrumento pelo qual pessoas que são flagradas com o posse de drogas têm a opção de se tratar, em vez de responderem na Justiça. Mas isso não tem data para ser implementado: ainda será formado um grupo de trabalho para discutir a medida.

Outras medidas anunciadas, como os benefícios do programa Reencontro, da Prefeitura, já são dados para a população em situação de rua e que não são destinados à população usuária de droga, portanto será necessária uma adequação legal.

Continua após a publicidade

Também foram anunciadas como soluções para resolver a Cracolândia a construção de novas moradias no Centro, a ampliação do aluguel social, a criação de mil vagas em comunidades terapêuticas e o aumento de leitos em hospitais destinados ao tratamento de dependentes químicos. O estado também anunciou a instalação de câmeras com reconhecimento facial na região – Ricardo Nunes teve iniciativa semelhante na capital, mas o edital foi suspenso e aguarda aval do Tribunal de Contas do Município (TCM).

Questionado pela reportagem se os locais para locação social já estão disponíveis, o secretário-executivo de Projetos Estratégicos do município, Alexis Vargas, afirmou que eles ainda serão criados e algumas possibilidades são a utilização de imóveis ociosos, de prédios que ainda serão construídos pela gestão municipal e outros que estão a venda e a Prefeitura poderia comprar.

Questionado sobre a diferença da abordagem atual para a proposta pelo governo e prefeitura a partir de agora, Ramuth afirmou que a prefeitura vinha fazendo “uma abordagem de credenciamento, de acompanhamento do movimento que acontecia dentro daquele espaço público, inclusive com várias entidades fazendo o trabalho de abordagem”. Para ele, deve haver uma nova maneira de abordagem, entre município e estado, “a ser feita através de uma única entidade, que vai ter uma linguagem única, dentro de uma entidade, uma organização social que possa fazê-lo, e com uma qualificação para que as pessoas possam estar fazendo essa abordagem”. O vice-governador afirmou que “hoje não existe essa qualificação necessária”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.