Corinthians: três momentos históricos da torcida
A Fiel fez a diferença na invasão de 1976, para a quebra do jejum em 1977 e na volta para a série A em 2008
Caravana na via Dutra
Em 1976, no episódio que ficou conhecido como “Invasão do Maracanã”, ocorrido durante uma semifinal do Brasileiro contra o Fluminense, mais de 70.000 fanáticos pelo Timão pegaram a estrada rumo ao Rio de Janeiro para dividir as arquibancadas do estádio com os tricolores. “Nunca uma torcida invadiu outro estado com tamanha euforia”, anotou o escritor Nelson Rodrigues, que era doente pelo Fluminense, numa crônica sobre o inédito e jamais repetido fenômeno. A quantidade de ônibus saídos de São Paulo provocou um grande congestionamento na Via Dutra. A partida terminou empatada em 1 x 1, mas o Corinthians levou a melhor na disputa de pênaltis, classificando-se para a decisão contra o Internacional (os gaúchos venceriam depois por 2 x 0).
+ Basílio, o amuleto do Corinthians
+ Corinthians: como tudo começou
Crescimento durante o jejum
A torcida de uma equipe costuma inflar após a conquista de grandes títulos. O Corinthians representou uma exceção. Entre 1955 e 1977, a nação alvinegra ganhou mais força, mesmo durante o seu maior hiato de títulos. Quando terminou o jejum, com o Campeonato Paulista conquistado sobre a Ponte Preta com o gol de Basílio, o Corinthians já acumulava mais de 6 milhões de seguidores, quase o dobro do tamanho do universo de adeptos do arquirrival, o Palmeiras.
Calvário na segunda divisão
Mesmo após o vexame de ver o time rebaixado para a Série B do Brasileiro, em 2007, os fiéis não abandonaram o barco. No ano seguinte, o Corinthians obteve a melhor média de público do país (25.000 pessoas por partida), incluindo os jogos da Série A. A equipe correspondeu em campo e garantiu com seis rodadas de antecedência a volta à primeira divisão. No fim de 2008, o Corinthians havia arrecadado mais de 70 milhões de reais, quase 50% a mais do que a receita do ano anterior.