Bolões da Copa do Mundo viram a nova mania de paulistanos
Brincadeira ganha até versões na internet, com prêmio altos e grande número de participantes
A Copa do Mundo da África do Sul só começa na próxima sexta-feira (11). Mas já é motivo de acaloradas discussões em escritórios ou mesas de bar. Os debates não são mais provocados pela seleção de jogadores montada por Dunga. Nem pelo álbum ‘FIFA World Cup 2010’. A mania agora é especular quais serão as equipes vitoriosas e o placar de cada partida para apostar em bolões.
O jogo de abertura entre o México e o país anfitrião, por exemplo, divide opiniões. “O time visitante ganhará de 3 a 0”, chuta Eduardo Powell, coordenador de uma academia no Itaim Bibi. “Os sul-africanos não permitirão uma derrota na estreia. O resultado será 2 a 0 para eles”, defende a vendedora Thalita Oliveira, que trabalha no mesmo local. Sua colega Carolina Sayuri, também vendedora, pensa parecido: “A equipe mexicana levará a pior nessa partida”.
Os palpites não são à toa. Quem acertar o placar de mais jogos embolsará 1 000 reais. “Mais de setenta colegas deverão participar do nosso bolão neste ano”, comemora Powell. Dado o sucesso da gincana entre os funcionários, a brincadeira foi estendida aos alunos. A recompensa para os trinta primeiros colocados: uma camiseta da seleção brasileira autografada por Pelé.
Para o goiano Gustavo Pereira, Copa do Mundo é sinônimo de bolão desde 1994, quando ele resolveu apostar com quatro amigos qual país levaria a taça naquele torneio — o Brasil sagrou-se tetracampeão. Nas edições seguintes, o passatempo precisou migrar para a internet, pois Pereira se mudou para São Paulo em 1995. “Para facilitar a vida dos participantes, espalhados por Goiás, Mato Grosso e São Paulo, criamos um site no qual estão reunidas as regras e as tabelas com as partidas”, conta ele.
Para o bolão atual são esperados 100 concorrentes, que precisarão desembolsar 10 reais cada a título de inscrição. “Mas apostamos apenas durante a primeira fase, pois é necessário ter muita sorte para acertar os resultados da segunda”, ressalva Pereira, que faz doutorado em estatística na Universidade de São Paulo (USP).
Já a empresária Mônica Saccarelli se sente uma azarada no assunto. “Participei de um bolão durante o torneio na França, no qual era preciso elencar os melhores jogadores, e me dei muito mal”, lembra ela, que resolveu virar o jogo neste ano. Diretora de uma corretora de ações, Mônica criou uma gincana gratuita na internet, parecida com uma bolsa de valores. “Os interessados terão de comprar ações fictícias das seleções, que se valorizam caso acumulem vitórias”, explica ela. No fim da Copa, os dois donos dos “títulos” mais bem cotados levam, respectivamente, 10 000 e 5 000 reais em ações. Essas, sim, de verdade.