Tudo começa com um grupo fictício de teatro de quatro atores. Sem perceber a chegada da plateia, eles discutem qual enredo apresentar. O problema é que cada um quer narrar uma história a respeito da sua cor favorita. Jandira (Roseli Garcia) gosta do azul; Manolo (Gilberto Araújo) quer o amarelo; Fiapo (Eduardo Bartolomeu), o vermelho, e Sustenido (André Arruda) prefere o verde. Ao notar a presença do público, para não fazer feio, o quarteto rapidamente encontra uma solução: encenar o “Conto de Todas as Cores”, inspirado em um poema de Mário Quintana, do livro “Lili Inventa o Mundo”.
Um varal serve de cenário para o quintal no qual se passa a trama sobre a sonhadora Lili. Ela detesta ir à escola e, distraída, costuma se perder na imaginação. Fantasia, por exemplo, estar presa numa caverna escura junto de amigos e uma pessoa que “acende” vaga-lumes ou se vê brincando numa rua distante, com várias casinhas coloridas. Por causa disso, sofre repreensões o tempo todo, na sala de aula, da diretora e até da empregada. O melhor momento da montagem ocorre quando entra em cena o ator Eduardo Bartolomeu (também autor do texto) para interpretar a professora da menina. Cheia de estereótipos, a personagem satiriza os métodos convencionais de ensino. Ao improvisar algumas piadas, essa figura interage com as crianças e provoca boas risadas. No final, há um rodízio de papéis que, apesar de desnecessário, não coloca a perder o entusiasmo da peça, levada com competência pela companhia Girandolá.
AVALIAÇÃO ✪✪✪