Comissão da Verdade identifica vítimas em São Paulo
Segundo o relatório, foram sepultadas na capital paulista 79 vítimas da ditadura militar
O prefeito Fernando Haddad (PT) recebeu nesta quinta (15) o relatório final da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo. O documento, produzido durante dois anos e três meses de pesquisa e investigações, aponta uma série de violações dos direitos humanos praticadas pelo executivo municipal e seus servidores entre 1964 e 1988. Além disso, a comissão teve como objetivo investigar crimes cometidos contra os próprios agentes públicos, como demissões, perseguições e aposentadorias forçadas.
+ Passageiro irá processar Uber e motorista do app por racismo
Segundo o relatório, foram sepultadas na capital paulista 79 vítimas da ditadura militar (em cemitérios como o de Perus e o da Vila Formosa). Desse número, 47 foram enterrados como indigentes – com a colaboração da Prefeitura, sem o conhecimento de suas respectivas famílias, sob nome falso ou sem registro nos livros dos cemitérios. Ainda existem, segundo a pesquisa, 17 pessoas desaparecidas (ou com seus corpos não identificados).
A comissão também levou 36 recomendações à administração municipal. A primeira delas é a de concluir o processo de identificação das ossadas de Perus.
“Esse é um ponto importante e que precisa ser garantido pela próxima administração A parceria entre a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Unifesp e Governo Federal precisa ser mantida e ampliada”, dise Camilo Vannuchi, membro da Comissão da Verdade.
No evento de entrega do relatório, Haddad leu um pedido formal de desculpas. “Na condição de representante máximo do poder executivo municipal, estendo, em nome da Prefeitura de São Paulo, o pedido oficial de desculpas às vítimas de violações de direitos humanos, cometidas por seus agentes durante a ditadura militar ou para as quais tenha contribuído.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
+ As principais notícias da cidade