Continua após publicidade

Colégio fecha as portas após 137 anos por causa da cracolândia

Liceu Coração de Jesus encerra as atividades por falta de segurança no Centro, que tem feito o local perder alunos nas últimas duas décadas

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h40 - Publicado em 17 ago 2022, 18h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Fachada do Liceu Coração de Jesus, construído em 1885
    Fachada do Liceu Coração de Jesus, construído em 1885. (Liceu Coração de Jesus/Divulgação)

    Fundado há 137 anos, o Liceu Coração de Jesus, nos Campos Elíseos, região central de São Paulo, anunciou que vai encerrar as atividades. Instalado nas proximidades da cracolândia, o colégio sofre há décadas com a falta de segurança que tem levado à perda de alunos. As informações são da Folha.

    Publicidade

    LEIA MAIS | “Tudo acontece aqui”, diz Roberto Monteiro, delegado seccional do Centro

    Publicidade

    O fechamento do colégio foi anunciado às famílias no começo de agosto. As atividades escolares serão mantidas até o fim do ano letivo. A partir de 2023, o prédio vai funcionar apenas para as atividades sociais, uma creche conveniada com a Prefeitura de São Paulo e um abrigo para catadores de recicláveis, além da paróquia que funciona no local.

    Um dos mais tradicionais colégios do país, o Liceu Coração de Jesus foi fundado em 1885 com o apoio da princesa Isabel. Na unidade já estudaram, por exemplo, o ator Grande Otelo e o cantor Toquinho.

    Publicidade

    LEIA MAIS | Feira do Livro Judaico terá espaço gastronômico e descontos de até 60%

    O colégio já chegou a ter mais de 3.000 alunos e ofereceu até mesmo cursos de graduação, mas há cerca de 20 anos sofre com a insegurança do local.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O Liceu fica na Alameda Dino Bueno, próximo a praça Júlio Prestes, região onde a cracolândia se concentrou por anos até migrar para a praça Princesa Isabel, até que foi dispersada em março deste ano. Ainda que os usuários não se concentrem mais no local, eles têm peregrinado pela região.

    Hoje, segundo a direção, o colégio tem menos de 200 alunos matriculados e só tem turmas de ensino fundamental (do 1º ao 9º ano). Com baixa procura de famílias, a unidade deixou de ofertar turmas de educação infantil e ensino médio há alguns anos.

    Publicidade

    Segundo a direção do colégio, o pequeno número de alunos e o alto custo de manutenção do prédio, que ocupa uma área de 17 mil m², tornaram a situação financeiramente inviável. “Ficou insustentável continuar com o colégio. Não temos mais procura de famílias porque o entorno dificulta muito. Tentamos de tudo para melhorar a situação, mas não é mais possível”, disse o padre Cássio Rodrigo de Oliveira.

    Em reunião com os pais para anunciar o encerramento, a direção do colégio explicou que os alunos podem ser matriculados em outras unidades da Rede Salesiana Brasil de Escolas na cidade: o colégio Santa Terezinha e o Instituto Madre Mazzarello, ambos na Zona Norte.

    Publicidade

    Ainda segundo Oliveira, os alunos bolsistas do Liceu podem tentar manter as bolsas nessas outras unidades. Também disse que tentarão alocar professores e funcionários nos outros colégios da rede para evitar demissões. Oliveira não informou o número de funcionários da escola.

    Continua após a publicidade

    Segundo dados do Censo Escolar, feito pelo Ministério da Educação, a unidade tinha 51 professores em 2021. “Avisamos primeiro nossos colaboradores e depois as famílias com seis meses de antecedência para que todos tenham tempo de se programar e encontrar a melhor situação. Essas famílias confiavam seus filhos a nós, por isso, precisamos ser responsáveis e leais a elas também” disse o padre.

    Em um comunicado oficial às famílias, o padre José Adilson Morgado, diretor do Liceu, destacou a vocação humanística e social do colégio. “Sempre existiu a preocupação de corresponder às necessidades de cada momento. Não é sem dor que temos que assumir os momentos difíceis da história. Nos últimos tempos, temos diminuído o número de alunos e de atendimento e é uma situação delicada.”

    +Assine a Vejinha a partir de 9,90. 

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de São Paulo

    a partir de 49,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.