Chineses estão perto de comprar Linha 6 do Metrô
Atualmente, esse é o maior projeto do Estado de São Paulo e que vai exigir investimentos da ordem de R$ 10 bilhões
A chinesa CR20, subsidiária da China Railway Construction Corporation (CRCC), foi escolhida pelo consórcio Move São Paulo – formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC – para negociar a compra da concessão da Linha 6 – Laranja do Metrô de São Paulo, apurou o jornal “O Estado de S. Paulo”. Três empresas estavam no páreo: além da chinesa, a espanhola Acciona e a americana KT2. Mas a proposta da empresa asiática foi considerada mais vantajosa, segundo fontes próximas ao negócio.
O consórcio, cujos acionistas estão envolvidos na Operação Lava Jato, têm até de novembro para concluir a negociação. Se até essa data não houver um acordo, haverá a caducidade (extinção) da concessão da Linha 6 – hoje o maior projeto do Estado de São Paulo e que vai exigir investimentos da ordem de R$ 10 bilhões.
Uma fonte próxima às negociações afirmou ao “Estado” que a CR20 apresentou uma proposta vinculante no início da semana. A resposta veio em seguida, por meio de uma carta enviada à companhia chinesa, informando que a proposta havia sido aceita, mas com algumas condições que precisavam ser validadas. Até ontem a chinesa não havia respondido.
Segundo uma outra fonte próxima ao negócio, a escolha dos chineses foi discutida numa reunião ocorrida na quarta-feira com o governador de São Paulo, João Doria, o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, o secretário da Fazenda, Henrique Meireles, e os acionistas da concessionária Move São Paulo. Há uma preocupação com o cronograma para não ultrapassar a data da caducidade da concessão.
Concluídas as negociações, é preciso assinar o contrato de compra e venda da Linha 6 e passar pela aprovação do Estado. Esse processo não deve representar problema uma vez que o governador já manifestou, em outras ocasiões, simpatia pela transferência da concessão para os chineses. Procurada, a Secretaria de Transportes Metropolitanos afirmou que houve uma reunião na quinta-feira, mas não confirmou a escolha da proposta dos chineses. A concessionária também não quis se pronunciar. A CR20 não respondeu.
Além das empresas que estavam na disputa, alguns fundos de investimentos também estavam interessados em fazer proposta pela concessão. Mas, após a reunião, se retiraram do processo, dizem fontes.