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Chefs investigam as cozinhas francesa e italiana em livro

Hamilton Mellão e Yann Corderon lançam 'Bistrô & Trattoria — Cozinhas da Alma', com curiosidades e receitas como ratatouille e caponata alla siciliana

Por Helena Galante
Atualizado em 1 jun 2017, 18h40 - Publicado em 6 nov 2010, 00h03
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  • Munidos de panelas e colheres de pau, chefs que defendem as bandeiras da Itália e da França têm um hobby em comum: provocar uns aos outros. Amigos de longa data, Hamilton Mellão e Yann Corderon não fogem à regra. Quando se encontram ao redor de uma mesa, logo começam a discutir qual país tem a melhor culinária. Por exemplo, onde se pode provar carne crua preparada de maneira mais apetitosa? Filho de uma italiana da região de Abruzzo, Mellão argumenta a favor do carpaccio, feito de lâminas de filé-mignon condimentado com uma mistura picante de maionese, mostarda e molho inglês. Nascido na Normandia e criado no Vale do Loire, Corderon sai em defesa do steak tartar, o bife picadinho e repleto de temperos. De diálogos como esse nasceu o livro ‘Bistrô & Trattoria — Cozinhas da Alma’ (Editora Melhoramentos, 200 páginas, 89 reais), cujo lançamento está marcado para segunda (8).

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    Ao lado da jornalista Nilu Lebert, mulher de Mellão, a dupla dedicou-se a pesquisar a história de sugestões típicas de bistrôs e trattorias. O projeto teve início há apenas seis meses, numa viagem a uma chácara em São Roque, a 65 quilômetros da capital, onde fica a biblioteca de Mellão. “Voltamos trazendo mais de 120 livros nas malas e muitas ideias na cabeça”, conta Nilu. O passo seguinte foi decidir quais receitas recheariam os capítulos. “Queríamos quebrar algumas lendas da gastronomia”, diz Mellão, defensor da tese de que a pizza existe desde o antigo Egito e não teria surgido em Nápoles, a origem mais difundida. No total, foram selecionados setenta pratos similares nos dois países.

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    Na seção de aperitivos, aparecem as pedidas francesas ratatouille, tartine de queijo de cabra com tomate-cereja e croque monsieur ao lado das italianas caponata, crostini de feijão-branco ao alecrim e pandorato. Além do modo de preparo das sugestões, são apresentadas curiosidades acerca da procedência dos ingredientes. Entre as entradas, há a salada niçoise, de atum em lata e anchova, e a insalata ditonna alla sarda, de atum fresco. Polentas, massas, frutos do mar, aves, miúdos, carnes e sobremesas também têm vez.

    Em São Paulo, uma parcela significativa dos restaurantes se divide entre franceses e italianos. Dos 570 listados pela edição ‘Comer & Beber’ de VEJA SÃO PAULO, mais de 180 se dedicam a essas especialidades, incluídas as pizzarias. Os chefs enaltecem o espírito cosmopolita da cidade, mas fazem restrições ao uso das palavras ‘bistrô’ e ‘trattoria’. “Por aqui, adotam o termo francês como sinônimo de restaurante pequeno”, afirma Corderon. “Na verdade, trata-se de um endereço familiar de atendimento informal e caloroso.” Da mesma forma, Mellão aponta um equívoco de vocabulário. “Em São Paulo, confunde-se trattoria com cantina. Esse é um estilo de estabelecimento de receitas regionais e ambiente simples na Itália, enquanto cantina define casas ítalo-paulistanas, que servem muitos pratos inventados aqui mesmo”, diz ele.

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    UM CLÁSSICO EM DUAS VERSÕES

    A caponata alla siciliana

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    Caponata 2190
    Caponata 2190 ()

    Ingredientes:

    • 4 berinjelas médias

    • 2 cebolas médias

    • ½ xícara (chá) de azeite

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    • 4 tomates sem semente cortados em tiras

    • 2 talos de salsão cortados em cubos

    • 15 alcaparras lavadas

    • 1 colher (sopa) de pinhole

    • 1 colher (sopa) de uva-passa branca

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    • 10 azeitonas pretas sem caroço

    • 2 xícaras (chá) de óleo de milho

    • ½ xícara (chá) de vinagre de vinho tinto

    • 1 colher (sopa) de açúcar

    • Sal e pimenta-do-reino

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    Modo de preparar:

    Lave as berinjelas e corte-as em cubos. Deixe sobre uma peneira por 30 minutos para

    escorrer. Corte as cebolas em meia-lua e refogue no azeite em fogo baixo. Quando a cebola estiver dourada, acrescente o tomate, o salsão, a alcaparra, o pinhole, a uva-passa e a azeitona. Mexa bem e, quando o tomate estiver cozido, tire a panela do fogo. Reserve. Enxugue os cubos de berinjela e frite-os aos poucos no óleo de milho quente. Quando dourarem, coloque-os sobre papel absorvente para retirar a gordura. Incorpore-os à preparação reservada, adicione o vinagre e o açúcar e deixe cozinhar em fogo bem baixo por 10 minutos ou até que o vinagre evapore. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Sirva frio, como antepasto, ou quente, como guarnição.

     

    A ratatouille francesa 

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    Ratatouille 2190
    Ratatouille 2190 ()

    Ingredientes:

    • 1 pimentão vermelho

    • 1 pimentão amarelo

    • 3 berinjelas pequenas

    • 2 abobrinhas italianas

    • 4 tomates maduros e firmes

    • 1 cebola média

    • 3 dentes de alho

    • 3 colheres (sopa) de azeite

    • 5 ramos de tomilho (usar só as folhas)

    • 1 colher (café) de ervas de Provence

    • 150 g de azeitonas pretas e verdes

    • 1 maço pequeno de salsa picada

    • Sal e pimenta-do-reino

    • 1 cabeça de alho cortada ao meio e assada

    Modo de preparar:

    Corte todos os pimentões, a berinjela, a abobrinha italiana e o tomate em bastões. Corte a cebola em meia-lua e amasse os dentes de alho com casca. Refogue a cebola e o alho no azeite e acrescente aos poucos os legumes, respeitando o tempo de cozimento de cada um: primeiro os pimentões, depois a berinjela, a abobrinha e o tomate. Acrescente o tomilho, as ervas, as azeitonas e a salsa picada. Tempere com sal e pimenta-do-reino e sirva decorado com o alho assado.

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