Chalita ameaça deixar PMDB se o partido indicar Marta à prefeitura
Secretário municipal de Educação lembrou seu trabalho para filiar mais de 20 000 pessoas na legenda
O secretário municipal da Educação e presidente municipal do PMDB, Gabriel Chalita, disse nesta terça (15) que se houver “imposição” do nome da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) para ser candidata à prefeitura, ele sairá do partido. É a primeira vez que Chalita admite publicamente a possibilidade de mudança de sigla. Há um mês, Marta chegou a afirmar que será a candidata peemedebista ao pleito municipal de 2016.
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“Se for uma imposição do PMDB, se os senadores impuseram isso, aí sim. Se eu sentir que existe uma imposição do PMDB nacional e que, sem nenhuma discussão aqui, ela seja candidata, aí sim (eu saio)”, afirmou, ao ser questionado sobre a possibilidade de troca de legenda. “Ainda não estou levando isso (a saída do PMDB) adiante porque tenho conversado muito com o presidente Temer e eu não sinto isso dele. Sinto de lideranças locais do PMDB um desconforto, uma discussão por espaço. Mas dele, não”, afirmou.
De acordo com o secretário, a imposição do nome de Marta “vai contra tudo” o que ele construiu dentro da sigla. “Filiei mais de 20 000 pessoas, montamos a juventude do PMDB. Hoje você tem um PMDB ativo na cidade. (O partido) não tinha nenhum vereador e hoje nós temos quatro. Foi um trabalho enorme que a gente fez”, disse.
A legenda atualmente faz parte do governo de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo. O partido integrou a gestão petista depois de um acerto entre o vice-presidente da República – e também presidente nacional do PMDB -, Michel Temer, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No final do mês passado, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que Haddad deu início a uma negociação para que Chalita troque de legenda e vá para o PDT.
Chalita disse que tem um “compromisso” com a gestão Haddad, mas que parte do PMDB não quer mais a manutenção da aliança e “força” candidatura própria. “Parte do PMDB quer uma candidatura própria e eles forçam que ou eu seja candidato ou a Marta.” Segundo o secretário, houve um acordo interno no partido para que a questão fosse tratada em 2016. “Mas eles estão antecipando muito essa discussão.”
Sem citar nominalmente o PMDB, Chalita fez críticas ao que chamou de “ausência democrática partidária” da “maior parte dos partidos”. “Hoje você tem uma ausência de democracia partidária na maior parte dos partidos. Por isso que as pessoas trocam de partido. Aí falam ‘você vai trocar de partido de novo?’. É que quando você está dentro de um partido você percebe que não é partido mais. É alguém que domina. Você tem um dono”, disse o peemedebista.