População de rua cresce 10% em quatro anos, mostra censo
Líder no ranking, Sé tem quase 4 000 pessoas vivendo nessas condições
Uma pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido da prefeitura de São Paulo mostrou que o número de moradores de rua em São Paulo aumentou quase 10% em quatro anos. De acordo com o Censo da População em Situação de Rua 2015, divulgado ontem pela gestão Fernando Haddad (PT), são 15 905 pessoas vivendo nessas condições em São Paulo. Em 2011, esse número era de 14 478.
O censo mostrou ainda o perfil dessa população e os bairros onde ela mais se concentra. A Sé é o distrito com mais moradores de rua: 3 864, ou 52,7% do total da cidade. Em seguida vem a Mooca, com 842 (11,5%) e a Lapa, com 409 (5,6%). As subprefeituras de Santana/Tucuruvi, Pinheiros, Santo Amaro, Vila Mariana, Jabaquara e Vila Maria/Vila Guilherme completam o ranking.
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A região com menos moradores de rua é Parelheiros, no extremo sul da capital, onde apenas uma pessoa foi contabilizada. Ermelino Matarazzo, Cidade Tiradentes, Cidade Ademar, M’ Boi Mirim e Perus também registram baixos índices de moradores que pernoitam na rua, como mostra a pesquisa.
Apesar do número absoluto ter aumentado, o ritmo de crescimento anual da população de rua diminuiu. Entre 2000 e 2009, essa taxa foi de 5,14 ao ano. De 2009 até 2015, caiu para 2,56. A quantidade de pessoas acolhidas em albergues e centros de assistência social cresceu de 7 713 em 2011 para 8 570 em 2015.
A maioria dos que dormem nas ruas da capital é homem (82%) e tem entre 31 e 49 anos – a idade média é de 39 anos. Muitos deles, porém, não souberam informar a idade aos pesquisadores: 37% dos entrevistados.