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‘Capitão Brasil’ gasta 2 400 reais em traje para promover a monarquia

De couro e brim na cor verde oliva, fantasia foi feita em outro estado especialmente para as manifestações pró-Bolsonaro.

Por Mariana Rosario Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 jul 2019, 10h33 - Publicado em 1 jul 2019, 17h57
Walter Melo: cosplay para promover a monarquia (Acervo Walter Melo/)
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Quem esteve nas manifestações pró-Bolsonaro em São Luís, no Maranhão, no último domingo (30) pode ter cruzado com um super-herói pouco provável: o Capitão Brasil. Inspirado em outro capitão, o América, o personagem idealizado pelo empresário Walter Melo, de 32 anos, tem a intenção de exaltar o regime monárquico brasileiro.

Feito de couro e brim, na cor verde oliva (em referência ao exército) o traje custou cerca de 2 400 reais e leva diversas simbologias. “O principal é a Cruz da Ordem de Cristo, herdada dos cavaleiros templários”, explica. Também há referências à Força Expedicionária Brasileira (FEB) e leva tons de verde em homenagem à casa de Bragança e amarelo em homenagem à casa Habsburgo, da Imperatriz Leopoldina.

O traje foi montado por um “cosmaker” de Goiânia, Aleff Silva. A entrega foi toda feita via Correios. “Disse para ele que precisávamos tomar cuidado para não se tornar uma coisa ridícula, estamos vivendo uma guerra ideológica muito grande”, diz Aleff que comenta não concordar 100% com as ideias de Melo, mas ter gostado do resultado do traje. “Ninguém concorda 100% com nada, né?”, diverte-se.

Melo explica que, apesar de apoiar Bolsonaro, ele gostaria mesmo é de ver outra forma de governo no país. “A Proclamação da República foi um golpe e como nossos livros de história são todos republicanos, não aprendemos na escola como foi brilhante o período da monarquia”, diz. Para ele, o vice-presidente deveria ser o Príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança. “Mas a ala militar não quis”, teoriza. Mesmo assim, ele crê que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tenha apreço pela causa. “Acredito que ele tenha certa simpatia”.

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Na manifestação do último domingo, o tal personagem caminhou por cerca de duas horas e tirou uma série de selfies. Ele explica que só fez as vezes de super-herói no protesto porque aprova a reforma da previdência e o pacote anti-crime do Ministro Sergio Moro. “Jamais iria de Capitão Brasil para ser cabo eleitoral de ninguém, nesse caso fui para defender pautas que interessam à nação”, diz.

Esta não é a primeira vez que Walter Melo faz as vezes de super-herói. Ele já encarnou o Homem de Ferro e o Batman, com quem diz se identificar mais. As fantasias, inclusive, também servem para animar festas na cidade. “Mas acho que não vou conseguir fazer isso com o Capitão Brasil, porque aqui não temos o costume de conhecer os heróis próprios, as pessoas preferem preferem os americanizados”, analisa o empresário que diz sentir falta de heróis de origem nacional, tal e qual o Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite.

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