Candidata do PSDB em SP sofre ameaça: “Bomba de grande impacto”
Claudia Carletto, que concorre a deputada federal, registrou boletim de ocorrência após receber ofensas anti-LGBT+ e pressão para desistir da candidatura
A candidata a deputada federal pelo PSDB-SP Claudia Carletto sofreu ameaças e ofensas de teor anti-LGBTQIAP+ nos últimos dias. No domingo (18), Carletto afirma ter recebido cinco emails anônimos com xingamentos e intimidação, aos quais VEJA São Paulo teve acesso.
O texto afirma que “estão programadas três ações estratégicas”, que seriam “bombas de efeito moral e de grande impacto” em três locais: a sede do PSDB no Jardim Paulista, o comitê de campanha da candidata e a Secretaria de Justiça de São Paulo.
Segundo o autor dos emails, a ação não seria realizada se Carletto desistisse da candidatura e, além disso, duas funcionárias públicas fossem exoneradas dos cargos: as coordenadoras de Justiça Valéria Nagy e Edna Martins.
Ambas são ligadas a áreas de inclusão na Secretaria de Justiça: Valéria é coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual e Edna de Políticas para a Mulher.
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Os emails também faziam ofensas discriminatórias. “Vamos espalhar que você está pegando a coordenadora LGBT do estado e acabar com a sua carreira, vagabunda”, dizia o texto.
Carletto trabalhou com causas LGBTQIA+ e de inclusão de gênero como secretária Municipal de Direitos Humanos, cargo que ocupou até abril.
A candidata registrou boletim de ocorrência sobre as ameaças. Na segunda-feira (19), ela esteve na sede da Polícia Civil e prestou depoimento. O Departamento de Operações Especiais (Dope) instaurou um inquérito para apurar as denúncias. Carletto também protocolou uma manifestação no Ministério Público Federal, que já foi acolhida e será enviada à Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo.
“É intolerável e inadmissível esse tipo de ataque em uma democracia. São mulheres que atuam na defesa dos direitos humanos, das mulheres e da tolerância à orientação sexual e identidade de gênero, questões cruciais para o exercício da cidadania. Merecem nosso respeito e apoio”, afirmou Fernando José da Costa, secretário da Justiça e Cidadania.