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Entidade médica repudia vídeo de crianças repetindo frases de Bolsonaro

Em gravação, menores de idade dizem frases do tipo "eu sou favorável à tortura"

Por Mariana Rosario Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 out 2018, 13h38 - Publicado em 26 out 2018, 13h26
Crianças em vídeo: sociedade de pediatria repudia o ato (Reprodução/Veja SP)
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A partir da ideia “se seu candidato fala, seu filho pode falar também”, um canal chamado Voto Limpo publicou um vídeo na última terça (24) no qual crianças repetem frases atribuídas ao candidato à Presidência Jair Messias Bolsonaro (PSL).

Amplamente compartilhado no Facebook e com cerca de 75 000 visualizações no YouTube, o registro causou polêmica entre eleitores e opositores de Bolsonaro. Isso porque há trechos em que meninos e meninas dizem frases do tipo: “eu sou favorável a tortura” e “o país só vai mudar, infelizmente, quando a gente partir para uma guerra civil”, entre outras.

Com a repercussão, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) manifestou repúdio à gravação. “A indignação da SPSP e, certamente, de todos o que trazem em sua estrutura de formação, os sentimentos de humanidade, civilidade e cidadania, se dá em contraposição à utilização de seres que, puros em suas essências, pensamentos e sentimentos, são utilizados como ferramentas de discussão político-partidária, trazendo à tona o lado mais vil do ser humano”.

A entidade afirma ainda que encaminhará uma denúncia à Promotoria de Justiça da Infância e Juventude do Estado de São Paulo.

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Confira a nota completa:

“A Sociedade de Pediatria de São Paulo – SPSP – vem a público manifestar o seu total repúdio em face a vídeo apócrifo encaminhado pelas redes sociais, em que crianças são utilizadas para reproduzirem supostas falas de um dos candidatos à Presidência da República.

A SPSP, mais uma vez, destaca que é uma associação apartidária. Mas, por trazer, como um de seus princípios basilares a busca incessante da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, não pode se calar.

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Estando em uma fase de desenvolvimentos físico, moral, espiritual e intelectual, muitas vezes, as crianças e adolescentes estão indefesos, pelo que, devem ser amparados pela família, por todos aqueles envolvidos em suas atenções e, como estabelecido em nossa Constituição Federal, por toda a sociedade, a fim de que protegidos, não sejam expostos a riscos e danos.

A indignação da SPSP, e certamente, de todos o que trazem em sua estrutura de formação, os sentimentos de humanidade, civilidade e cidadania, se dá em contraposição à utilização de seres que, puros em suas essências, pensamentos e sentimentos, são utilizados como ferramentas de discussão político-partidária, trazendo à tona o lado mais vil do ser humano. Os idealizadores e produtores desse vídeo, além dos pais e responsáveis dessas inocentes crianças, escancaram o que de mais negativo e abjeto pode existir no ser humano: preocupados, apenas, em que vençam em seus propósitos, se utilizam de todos os meios, com a justificativa de que seus fins assim os permitem.

Está na hora de todos nós, pessoas de bem, honradas, éticas e que lutam por uma sociedade justa e fraterna, darmos um basta a esse tipo de ação!

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A SPSP informa que está encaminhando Denúncia formal à Promotoria da Infância e da Juventude do Estado de São Paulo, esperando que outras associações, organizações e cidadãos se juntem neste pedido. Espera que as devidas medidas legais sejam tomadas, responsabilizando-se todos os envolvidos nesse filme ou em outras ações que, de forma tão desprezível, envolvam crianças e adolescentes.”

Procurado pela reportagem, o coletivo não retornou o contato até a publicação dessa matéria.

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