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Bolsonaro fará quarta cirurgia após atentado em São Paulo

Procedimento deve ocorrer no domingo (8), em hospital na Vila Nova Conceição

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 6 set 2019, 11h49 - Publicado em 6 set 2019, 11h45
Bolsonaro (Reprodução Twitter/Divulgação)
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A correção da hérnia incisional, quarta cirurgia que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai realizar após ter sido esfaqueado no ano passado, é um procedimento considerado delicado, mas com boas expectativas de recuperação, de acordo com especialistas. Está prevista para ocorrer neste domingo (8) no Hospital Vila Nova Star, na Vila Nova Conceição, em São Paulo. O atentado sofrido pelo então candidato à Presidência completa um ano nesta sexta-feira (6).

Segundo o médico que realizou cirurgias no presidente e estará à frente da próxima, o cirurgião geral da Rede D’Or São Luiz Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, o aparecimento de uma hérnia incisional pode ocorrer em casos de cirurgias não planejadas, como a que foi realizada em Bolsonaro após a facada, e é comum em pacientes submetidos a vários procedimentos na região.

“Tudo isso é consequência das cirurgias. O tecido ficou enfraquecido, cedeu a sutura e surgiu essa hérnia. Vamos abrir a pele e a gordura, soltar a área que está enfraquecida e vamos aproximá-la mediante a colocação de uma tela de polipropileno para reforçar o tecido. A cirurgia não é longa, mas é delicada, o paciente recebe anestesia geral. A recuperação é boa, porque a gente trabalha fora do abdômen. No dia seguinte, (o paciente) já está andando.”

A região enfraquecida é chamada de aponeurose, presente em toda a região abdominal. “É uma camada dura, contínua e branca que protege todos os órgãos abdominais. A tela vai ficar na região e formar uma fibrose. Fica mais resistente e não deixa que forme mais hérnias”, explica Marcos Hyppolito, cirurgião geral e coloproctologista do Hospital Sírio Libanês.

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De acordo com Hyppolito, a cirurgia é recomendada em todos os casos de hérnia para evitar procedimentos de emergência. “As hérnias incisionais são derivadas de cirurgias anteriores. Abre um buraco na linha da cirurgia. A alça do intestino pode ir para lá e ficar encarcerada. Isso pode causar diminuição do fluxo de sangue e até necrose.” O procedimento dura, em média, duas horas.

Macedo diz que, no pós-cirúrgico, o paciente usa uma faixa abdominal e, normalmente, recebe alta em cinco dias, dependendo da recuperação. “Não é uma cirurgia que vai mexer com alimentação, mas deve ser feita uma dieta leve no pós-operatório. Durante um mês, o paciente tem de fazer atividades moderadas”, afirma Hyppolito. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Hérnia, a hérnia incisional aparece em 10% a 15% dos pacientes submetidos a uma cirurgia no abdômen. Entre janeiro e junho deste ano, de acordo com a entidade, foram realizados 11 718 cirurgias de reparo de hérnia incisional pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

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Atentado

A primeira cirurgia a que Bolsonaro foi submetido foi o procedimento de emergência realizado na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG) depois do então candidato sofrer um ataque a faca em 6 de setembro de 2018, durante a campanha presidencial.

No dia 12 de setembro, em São Paulo, foi realizada uma cirurgia para reverter aderências no intestino e limpar a região, pois houve vazamento do conteúdo intestinal. “Em 28 de janeiro, ocorreu o procedimento para fazer o fechamento da colostomia”, relembra Macedo. O procedimento durou sete horas.

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