Capital e interior têm boom de ondas artificiais, mas restritas a sócios
Até 2025, São Paulo terá quatro clubes com piscinas para prática de surfe. Os títulos para acesso, no entanto, custarão a partir de 600 mil reais
Deitar na areia, pegar sol e até surfar umas ondas não será exclusividade dos paulistanos que vão ao litoral. Até 2025, a cidade de São Paulo vai ganhar dois clubes de alto padrão — um deles anunciado no final de novembro — com praias artificiais e piscinas para surfistas. Somados a outros dois empreendimentos similares no interior, o estado terá quatro ondas geradas por meio da tecnologia — existem apenas outros dois projetos assim no Brasil, em Garopaba (SC) e Porto Alegre (RS). O luxo, no entanto, será para poucos: o acesso a qualquer um desses paraísos não sairá por menos de 600.000 reais.
O projeto mais novo é o Beyond The Club, que tem como sócios o banco BTG Pactual e as empresas do mercado imobiliário KSM Realty e Realty Properties. Vai ocupar um terreno de 70.000 metros quadrados ao lado da Ponte Transamérica, na Zona Sul, onde atualmente ficam o Hotel Transamerica e o Teatro Alfa. “Será um oásis em São Paulo”, afirma Oscar Segall, sócio da KSM. A piscina de ondas usará a mesma tecnologia da Praia da Grama, em Itupeva (SP), inaugurada em 2021 — a única em funcionamento no país, testada e aprovada por feras como o campeão mundial Ítalo Ferreira (foto acima). Deve abrir em 2025.
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O outro empreendimento da capital será o São Paulo Surf Club, da JHSF, com inauguração prevista para 2024. Fará parte do Real Park, um luxuoso complexo que vai incluir um prédio residencial e um shopping aberto ao público nas imediações da Ponte Estaiada, que dá acesso ao Brooklin, na Zona Sul. “Visitamos uma piscina de ondas no Texas, nos Estados Unidos, e trouxemos a tecnologia americana para cá. Levamos clientes para surfar ondas geradas por diferentes tecnologias e eles escolheram essa”, explica Thiago Alonso de Oliveira, CEO da JHSF — marca que também criou o Boa Vista Village, em Porto Feliz (SP), onde outra praia artificial será inaugurada em 2023.
A seguir, confira detalhes sobre os quatro projetos paulistas — e, caso queira pegar tubos e fazer manobras neles, prepare as economias.
Uma praia em Santo Amaro
A praia do Beyond The Club, previsto para abrir em 2025 ao lado da Ponte Transamérica, promete uma experiência sofisticada aos visitantes. Terá areia que não esquenta, isolamento acústico dos ruídos urbanos e ondas com tecnologia da espanhola Wavegarden Company, uma das mais avançadas do mundo. “Ela pode gerar uma onda a cada quatro segundos e tem um ‘cardápio’ de 24 ondas diferentes”, diz Oscar, da KSM. Afora a praia, haverá quadras de tênis e beach tênis, spa, academia, simuladores automotivos e de ski, pista de skate, bares, lojas e restaurantes. Desde o anúncio do projeto, há cerca de três semanas, foram vendidos 450 títulos (de um total de 3 .000 disponíveis). Eles dão acesso para o titular e mais três dependentes e custam a partir de 630.000 reais.
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Ondas de 2,75 metros
A praia do São Paulo Surf Club, da JHSF, perto da Ponte Estaiada, terá cerca de 25 000 metros quadrados. As ondas vão usar uma tecnologia chamada PerfectSwell, criada por uma empresa americana. Ela pode gerar paredes de água de até 2,75 metros que duram até 22 segundos. Mas é possível variar a intensidade e satisfazer surfistas de diferentes níveis. Vai contar com o Surf Clubhouse, uma área com restaurante, quadras de tênis e beach tênis, spa e academia. Os títulos custarão a partir de 600 000 reais. Abre em 2024.
A primeira do país
Assim como no Beyond The Club, a piscina da Praia da Grama, única onda artificial em atividade no Brasil, usa tecnologia da Wavegarden. Fica dentro da Fazenda da Grama, um condomínio em Itupeva (SP) adquirido pela KSM (sócia do Beyond) em 2019. Ao contrário do São Paulo Surf Club (acima), em que o público externo pode adquirir títulos para surfar, a onda é exclusiva para quem tem casas no empreendimento, onde um terreno de 500 metros quadrados custaria cerca de 1 milhão de reais. A orla da praia tem quase 1 quilômetro de extensão e área para beach tennis, spa com jacuzzi e sauna, restaurantes e loja de surfe.
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Refúgio no interior
Localizado em Porto Feliz, a uma hora da capital, o Boa Vista Village Surf Club usará a mesma tecnologia de ondas do São Paulo Surf Club. O empreendimento é vizinho da (ainda mais luxuosa) Fazenda Boa Vista, também da JHSF. Para surfar, além de possuir uma propriedade no empreendimento ou na Fazenda, será necessário adquirir um membership que custa a partir de 700.000 reais. As casas têm projetos de arquitetos renomados, como Sig Bergamin, Murilo Lomas e Pablo Slemenson. Terá spa, academia, restaurante, cinema, teatro, galeria de arte e um centro comercial de 20.000 metros quadrados. A piscina abre em 2023.
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Publicado em VEJA São Paulo de 14 de dezembro de 2022, edição nº 2819