Bar Léo reabre com um chope de primeira
Após polêmica, a casa está de volta com pegada mais comercial
Considerado informalmente o pai de todos os botecos da cidade, o septuagenário Bar Léo chocou os paulistanos no fim de março. O até então glorioso endereço da Rua Aurora estava servindo chope mais barato e enganando os clientes. Com o episódio, veio à tona a realidade do lugar. Afogado em dívidas e alvo da disputa de herdeiros, ele parecia condenado a fechar definitivamente. Numa iniciativa louvável, o grupo que controla o Bar Brahma, no centro, decidiu assumir a casa, reaberta no último dia 21. O ambiente, ainda bem, não mudou (ganhou só mais iluminação), e quatro funcionários permaneceram ali, entre eles o garçom Luiz de Oliveira, de 91 anos, lenda viva do bar. Por outro lado, percebe-se uma pegada mais comercial. Um sintoma disso são as novas caldeiretas de 300 mililitros, com um enorme logotipo da Brahma estampado.
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Agora realmente da marca anunciada, o chope (R$ 6,50) voltou a ser tratado com carinho. Um dos acertos da nova administração foi manter o tirador Fernando Lopes (na função desde 1989) no comando da chopeira em formato de caneca alemã. Com uma única torneira, a máquina exige habilidade para equilibrar com a espátula o líquido e o creme, de três dedos de altura. Na visita realizada, a cozinha ficou aquém das expectativas. Apesar de saborosos, os bolinhos de carne (R$ 6,50 cada um) e de bacalhau (mesmo preço; somente às quartas e aos sábados), não fritos na hora, chegaram frios. Montados no pão preto, os canapés de linguiça blumenau (R$ 27,00) perderam pontos pela apresentação descuidada.
Mesmo assim, a clientela, majoritariamente masculina, tem um motivo extra para comemorar. Foram estendidos os antes espartanos horários de funcionamento. Agora, ninguém é mais obrigado a pedir a saideira quando o relógio bate 20h30.
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