Bandas-tributo invadem os palcos paulistanos
Grupo Who’s Bad relembra os hits do Michael Jackson na próxima quarta (16)
O cenário musical paulistano voltará no tempo nos próximos dois meses: fãs de grupos como The Beatles, Led Zeppelin e Queen poderão conferir shows antológicos reeditados por réplicas de seus ídolos. São as chamadas bandas-tributo, que se especializaram em reproduzir fielmente timbres, coreografias, figurinos, trejeitos e características físicas dos artistas originais. Duas desembarcam por aqui já nesta semana. Após passar por dez países, a Who’s Bad chega ao Brasil trazendo sucessos de Michael Jackson, morto em 2009 — como “Billie Jean” e “Thriller” —, para apresentação única no Teatro Bradesco, na quarta (16). E a Letz Zep, que esteve no Via Funchal no ano passado, volta ao mesmo palco na quinta (17) para entreter os saudosos do Led Zeppelin. “Há uma enxurrada de opções no segmento. Só no ano passado recebi quarenta propostas para abrigar espetáculos desse tipo”, diz Jorge Maluf, sócio-diretor da casa na Vila Olímpia.
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A mania de imitar ícones da música não é exatamente nova. Fenômeno semelhante ocorreu no começo da década de 90, com o surgimento de centenas de bandas cover. A maior parte delas divertia a plateia de barzinhos tentando imitar os arranjos originais. Nos últimos dez anos, entretanto, a coisa se profissionalizou bastante. Na safra recente, um dos destaques é a argentina God Save the Queen, do vocalista Pablo Padín: trata-se de um verdadeiro sósia de Freddie Mercury, morto em 1991, com direito ao indefectível bigodão. A obsessão pela clonagem aparece até nos detalhes: as roupas são confeccionadas pelo mesmo figurinista que trabalhou com o grupo inglês na década de 70, época em que o clássico “Bohemian Rhapsody” estourava nas paradas de sucesso. O desempenho dos hermanos poderá ser conferido no Via Funchal em 13 de julho. Nessa data, a casa vai receber um festival da rádio Kiss FM, que contará ainda com a presença de U2 Zen Garden e The End-Pink Floyd.
O cachê dos “artistas de mentirinha”, evidentemente, está longe do cobrado pelos “reais”: o da brasileira All You Need Is Love, dos Beatles, por exemplo, é de 45.000 reais. Para efeito de comparação, o preço de um artista original de primeira linha gira em torno de 2 milhões de reais. As famosas listas de exigências também são díspares. Quando esteve no Brasil para o primeiro Rock in Rio, em 1985, o Queen solicitou um camarim distante do de outros músicos e uma grande festa. Já a cópia pediu apenas umas garrafas de tequila.
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Mais um diferencial dos tributos em relação às demais bandas é a diversidade etária da plateia. “Esses grupos de homenagem conquistam público de idades diferentes”, explica o produtor Rico Cordelli. “Vão desde jovens curiosos por experimentar algo que não acompanharam até velhos ansiosos por reviver sua geração”, completa. É o caso do administrador Jair Junior e seu filho, o estudante de direito Marcelo Sanches, que verão juntos a Letz Zep. “Meu pai é fã do Led Zeppelin, mas eu não conheço a banda direito”, diz Marcelo. “Nunca pensei que iríamos juntos a um show, acho que será a primeira e última vez.”