Banco do Brasil pagou comercial quando Val tinha quadro na TV
Relação da socialite com ex-presidente da instituição financeira é alvo de investigação; ex-participante de <em>Mulheres Ricas</em> publicou nota de esclarecimento sobre o caso
Quando Aldemir Bendine, atual presidente da Petrobras, comandava o Banco do Brasil, este último comprou anúncios na Rede TV! para serem exibidos no horário em que a socialite Val Marchiori tinha um quadro no Programa Amaury Jr. A publicidade custou 350 000 reais ao ano e durou apenas enquanto Val Marchiori trabalhou no programa, entre 2010 e 2011.
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A relação da apresentadora com o Banco do Brasil já é alvo de investigação. Também durante a passagem de Bendine pela presidência do Banco do Brasil (2009-2015), a instituição concedeu empréstimo de 2,79 milhões de reais para uma empresa da socialite, a Torke Empreendimentos.
Após receber uma representação feita por funcionários do banco, o Ministério Público Federal em São Paulo pediu à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar as acusações de que o empréstimo seria irregular, uma vez que a amiga de Bendine teria restrições de crédito e renda insuficiente para obter o valor. O Banco do Brasil diz que a negociação está dentro dos parâmetros.
No Programa Amaury Jr, Val Marchiori apresentou um quadro sobre viagens e bens luxuosos do início de 2010 a meados de 2011, quando deixou a Rede TV! para participar do Mulheres Ricas, na Band.
O Banco do Brasil nega que a publicidade tenha relação com Val Marchiori. Diz que a compra do espaço levou em conta “o público-alvo do BB” e que “os investimentos no programa Amaury Jr em 2010 e 2011 representaram 5,7% de todo o valor aplicado na Rede TV! no período.”
Procurada por VEJA SÃO PAULO, a emissora informou que todos os clientes são atendidos pelo departamento comercial da RedeTV!, mas afirmou que não divulga dados sobre os contratos. Bendini não comentou o caso.
Val Marchiori publicou nesta terça (24) uma nota de esclarecimento em seu site. No texto, ela desmente as acusações e garante que nunca foi beneficiada pelo Banco do Brasil. Confira a íntegra:
Em relação às matérias publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, presto derradeiros esclarecimentos em respeito aos leitores não só da própria Folha de São Paulo, mas também de todos os demais veículos de comunicação. Mostra-se absolutamente despropositado atrelar a minha pessoa a um profissional de carreira.
Clamo aos leitores para que detectem o alvo final das declarações infundadas que vêm envolvendo indevidamente a minha pessoa e, obviamente, me prejudicando.
Sou brasileira e, portanto, devo ser tratada em igualdade com todos os brasileiros. Sou trabalhadora e como tal tenho o direito de exercer as minhas atividades livremente, dentro das regras, cumprindo com os meus deveres. Repito: não recebi privilégio algum.
Jamais fui beneficiada pelo Banco do Brasil em minhas atividades profissionais, tanto na minha carreira artística, como nas demais atividades profissionais que exerço.
Como já exaustivamente demonstrado, a operação de financiamento da empresa Torke foi contratada respeitando todos os procedimentos legais, em linha com a atuação da empresa, operação essa de todo comum às empresas do segmento e, por certo, realizada diariamente pela rede bancária com inúmeros empresários.
Tudo foi feito às claras. E o contrato está sendo cumprindo rigorosamente.
(Com Estadão Conteúdo)