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Proposta quer fechar Avenida São João para pedestres aos domingos

População e membros da prefeitura discutiram o tema nesta segunda (31), em reunião no centro da cidade

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 31 jul 2023, 19h22 - Publicado em 31 jul 2023, 19h14
Foto mostra esquina da Avenida São João com a Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo durante a noite
Esquina da Avenida Ipiranga com a São João, no Centro de São Paulo (Priscilla Vilariño/SPTuris/Divulgação)
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Comerciantes e moradores do Centro de São Paulo debateram nesta segunda-feira (31) um projeto que quer incluir a Avenida São João no programa Ruas Abertas e fechar a via exclusivamente para pedestres em domingos e feriados. A ideia inicial é que toda a extensão de quase 2 quilômetros da avenida, que interliga a região do Vale do Anhangabaú até o Minhocão, na Santa Cecília, façam parte da iniciativa. Nem todos, no entanto, apoiam o projeto.

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A proposta saiu da Associação Pro Centro e foi discutida em uma reunião aberta ao público na Galeria Olido, na região central. “Percebemos um desejo não só dos moradores, mas do comércio, de trazer mais atividade para o Centro nos finais de semana”, diz Marcone Moraes, presidente da associação, que afirma que o plano começou a ser desenvolvido há cerca de 4 anos e recentemente analisado pelo poder público, na gestão Ricardo Nunes (MDB). “A ideia é que aos domingos a gente possa se reencontrar como comunidade e, depois disso, o comerciante se favorecer e também o turista”, conta Moraes.

Membros da prefeitura, como o secretário da Casa Civil, Fabricio Cobra, vereadores e representantes das forças de segurança discursaram no evento. “Do ponto de vista urbanístico (o projeto) tem sentido. Mas tem que ser validado por outros órgãos técnicos, como SPTrans e a CET”, diz o arquiteto e urbanista da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, Pedro Martin Fernandes, que participou do encontro e apresentou um estudo inicial sobre o tema, que apontou que a São João interliga diversos pontos turísticos da cidade, como o edifício Altino Arantes e a Praça das Artes.

Mapa mostra Avenida São João e fotos de pontos-chave da avenida, como o Minhocão, pontos de ônibus e o Vale do Anhangabaú
Estudos iniciais sobre a inclusão da Avenida São João no Ruas Abertas (Prefeitura de São Paulo/Divulgação)
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Alguns pontos ainda precisam ser definidos. “Passam ali diversas linhas de ônibus que fazem a ligação da Zona Oeste com o Centro, é um ponto de atenção”, conta Fernandes. No lado mais próximo ao Anhangabaú, a avenida tem principalmente imóveis comerciais. Chegando no Minhocão, o uso é mais residencial. “Precisa ter um cuidado para saber como será o acesso a esses imóveis. Vale destacar que no domingo as principais lojas da Avenida São João estão fechadas, se você coloca pessoas circulando, há uma ativação”, aponta Fernandes. 

“É um projeto ainda muito incipiente. O trecho indicado é diferente da Paulista aos domingos. Na Paulista tem gente que se apresenta, leva caixa de som, uma série de poluições auditivas. Na São João há muitos prédios residenciais, as pessoas vão ser afetadas”, opina Francisco Machado, diretor de imprensa do Movimento Desmonte do Minhocão.

Outro que participou do encontro é Arthur Monteiro, primeiro-secretário do Conseg Bela Vista. “Os moradores do Minhocão não têm paz no final de semana. A Subprefeitura da Sé (também responsável pela área da São João) não tem condições de fiscalizar. Quando você tira os ônibus da São João eles terão que passar pelas ruas transversais, com pouco movimento e próximas da região do fluxo da cracolândia. Você está colocando as pessoas em situação de vulnerabilidade”, afirma Monteiro.

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“Tivemos pareceres positivos da prefeitura, agora é criar um planejamento, fazer esses estudos de impacto. Você acaba gerando uma ou outra dor, quando fecha a Paulista tem coisa boa e coisa ruim, faz parte. O importante é ser bem conversado”, defende Marcone Moraes, da associação que criou o projeto. Audiências públicas sobre o tema ainda serão marcadas: vem muito mais debate por aí.

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